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Os Mistérios da Serra do Roncador

Os Mistérios da Serra do Roncador

A região do Roncador no Brasil é, portanto, o centro  irradiador de portentosa civilização post-atlante.

Como geralmente acontece, esses movimentos  raciais têm origem numa região característica, em  geral nos planaltos centrais dos grandes  continentes. São pontos de irradiação, não apenas das raças conhecidas mas também das principais  espécies vegetais usadas pelo homem, para a sua  subsistência. Assim vemos, através da história dos povos, na Ásia, na Meseta do Pamir, o ária, nos  primórdios da sua História, descendo o Planalto  para se localizar nos vales férteis de Sapta Sindhavas, ou a velha Índia, trazendo consigo um  alimento básico, o trigo, e o búfalo, animal que  para eles é quase que um totem. Os semitas  traziam como alimento a tamareira, acompanhados  dos camelos. Os povos do Anahuac, no México,  associavam ao milho o covotl. E no Roncador, o  totem do selvícola é a anta, sendo o seu principal alimento a mandioca. Como vemos, entre todos  esses povos reminiscentes atlantes, existe sempre a  associação do elemento vegetal ao animal.

Neste relato, não poderíamos deixar de  falar sobre Sir Percyval Fawcett e seu filho Jack  Fawcett, cuja missão foi justamente chamar a  atenção do mundo para a região do Roncador.

Coronel do exército britânico, Sir Percyval  Fawcett acima de tudo era um místico e figura de grande destaque nas ciências em sua pátria.

Casado em 1890 com a Sra Mina Fawcett, fora  destacado para a Índia, partindo juntamente com a  esposa para aquela região. Transferido em seguida com a sua tropa para um forte existente na orla do  Tibete, o seu espírito de estudioso e pesquisador  foi aguçado, interessando-se pelos assuntos  existentes no mosteiro da região, onde, mediante a  autorização do Lama, passava grande parte do  tempo estudando a ciência tibetana.

Numa certa ocasião, antes de voltar para  casa quando da sua vinda do Ceilão, encontrou  seis astrólogos hindus que lhe deram a seguinte  notícia: “Mestre, disseram eles, um grande espírito  aproveitou-se dos laços existentes entre vós e  vossa esposa para reencarnar entre vós. Não mais  voltareis a Hong-Kong e será aqui, durante as  festas de Buda, no dia 19 de Maio, que a vossa  mulher dará nascimento a um menino, que será pai  de uma nova raça. Quando crescer, esse menino  irá convosco para as terras longínquas do sul, onde  ambos desaparecereis juntos… o vosso filho  voltará o seio da sua antiga raça…”

Foi-lhe dito, ainda, que esse filho seria rei  de uma grande nação desconhecida, situada a oeste  do Hindustão, vivendo no recesso de grande cordilheira. Fawcett, ao receber a notícia do  nascimento do seu primogénito, acreditou  cegamente naquela profecia, dedicando-se, a partir  de então, à leitura de tudo quanto se referisse à  África, continente imediatamente a oeste do  Hindustão.

Interessou-se muitíssimo pelos romances  de Ridder Haggard, famoso romancista inglês,  reconhecendo nos livros As Minas do Rei Salomão e o Anel da Rainha de Sabá a antevisão do  cumprimento daquela profecia. Foi quando ao  escrever para Ridder Haggard, obteve a resposta  de que aquelas narrativas, famosas no mundo  inteiro, referiam-se a lendas brasílicas que ele, o  escritor, por ser especialista em relatos sobre o  continente negro, transportara para aquele  ambiente.

Fawcett voltou então as suas atenções para  o Brasil, para onde veio, designado para servir  numa comissão de limites territoriais entre a  Bolívia, Peru e Brasil. Em 1910 explorou a região  de Caunolican, mantendo contacto e amizade com os índios Guarajós, e extraindo daquelas aventuras  relatos sobre índios brancos com cabelos louros,  velhas ruínas e estradas não percorridas. Voltando à Inglaterra, relatou o produto  das suas explorações aos membros da Real

Sociedade de Geografia de Londres. Veio outras  vezes à América do Sul, sempre na tentativa de  encontrar mais relatos e provas sobre a existência  daqueles índios brancos com cabelos louros e as estranhas ruínas, que ele julgava serem restos da  Atlântida. Certa vez, pesquisando escritos antigos na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro,  encontrou o fabuloso documento n.º 512. Tomado  de grande júbilo, copiou minuciosamente o estranho escrito e voltou para Londres onde, em 1924, se pronunciou perante a Real Sociedade  Geográfica, dizendo ter achado o roteiro certo que  o levaria à maior descoberta arqueológica de todos os tempos.

Sustentado pela Real Sociedade  Geográfica de Londrese pelo escritor Sir Ridder  Haggard, Fawcett, acompanhado do filho e pelo  médico Dr. Raleigh Rimmel, voltou pela última  vez ao Brasil, em 1925, internando-se nos sertões  de Mato Grosso, rumo à Serra do Roncador. Em  fins de Maio de 1925, foi visto com o seu filho e o médico, pela última vez, por um funcionário do Serviço de Protecção aos Índios, a umas vinte  léguas ao norte de Diamantina.

Fawcett carregava sempre consigo uma estatueta, presente que o amigo Ridder Haggard  lhe fizera na Inglaterra. Essa estatueta fora enviada  a Ridder Haggard pelo seu filho Haggard Jr., que vivia numa fazenda no interior de Mato Grosso.

Haggard Jr. Tinha um empregado índio que lhe  dera a estatueta, vindo de uma tribo distante. Facto  curioso, com relação a tal índio, foi quando ao ver  a catedral de Cuiabá em construção, não se  mostrou nada surpreso, dizendo ainda que, com  três dias de viagem da sua aldeia, havia edifícios  maiores, com luzes que nunca se apagavam ànoite.

Fawcett estava convencido que aquela  estatueta era a chave de todos os seus planos. Era, seguramente, a senha para puder entrar na cidade  oculta, defendida por índios ferozes. Acreditava ele que mostrando a estatueta exercia grande poder sobre os nativos, segundo nos relata em seu depoimento o general Ramiro Noronha. Numa  entrevista concedida ao repórter Ramiro Gurgel,  dos Diários Associados, Brian Fawcett, o outro  filho do casal Fawcett, dizia que a estatueta não  era de jade, como julgava muita gente. Era  esculpida em basalto negro, representando uma  figura mitológica cavada numa única peça. Ao  fundo, havia uns desenhos representando ladrilhos.

Em virtude de conter elevado teor de magnetite, a estatueta de basalto emitia ondas eléctricas, dando até mesmo um pequeno choque ao contacto. A estatueta continha, ainda, inscrições em baixorelevo, gravadas no peito e nos pés.

O que se sabe é que Jack funciona como uma espécie de ‘Manus volantes’, representando a Mónada (‘Espírito ou Arquétipo ) anglosaxónica que formou a norte-americana… mas entre a Semente inca-tupi, entremesclada com a

brasileira ou sul-americana, como complemento  do trabalho fenício de Badezir e Yet-Baal e, a  seguir, do ibero-ameríndio de Anchieta, João  Ramalho, etc… Jack Fawcett trouxe a Semente  anglo-saxónica para o Roncador e ambos, pai e  filho, atingindo aquela Confraria Iniciática, foram  recolhidos nos mundos subterrâneos Jinas, onde  gozam das delícias da sua pseudo-morte! e trabalham …..

https://www.youtube.com/watch?v=ZWlnwx_kYwQ

……

“NÓS ENCONTRAMOS O MUNDO PERDIDO!”

Fonte: ESCRITO POR :TITO AURELIANOEM :01/04/2011 – http://www.mesozoictales.com/2012/06/nos-encontramos-o-mundo-perdido.html


Por Tito Aureliano & Aline M. Ghilardi

INTRODUÇÃO
Fonte: Aline M. Ghilardi, 2011.

Muitos de nós já havíamos escutado histórias sobre um gigantesco planalto escondido no coração da América do Sul, cujo cume escondido pela névoa preservava um intrépido mundo perdido esquecido pelo tempo. Um santuário onde dinossauros, pterossauros e outros seres pré-históricos reinam ainda nos dias atuais.

A famosa história foi escrita por Sir Arthur Conan Doyle quase cem anos atrás, o clássico da literatura The Lost World, e tornou-se um marco do cinema nos anos 1920 através da majestosa produção de Willis O’Brien e seus bonecos de dinossauros animados em stop-motion.
Imagem acima: Fotografia retirada do filme The Lost World exibe o cenário recriado em estúdio do planalto misterioso escondido no interior da América do Sul.
Imagem acima: Imagem retirada do filme mostra um dinossauro saurópode vivendo no alto do intrépido planalto.
Vídeo acima: The Lost World, 1925, produzido por Willis O’Brien.
Mas a pergunta que ficou em minha cabeça desde criança era se existia realmente esse planalto.
Nós encontramos o Mundo Perdido de Conan Doyle!
Visitando o interior do Brasil, nas regiões distantes do Mato Grosso, um titã resiste a dominação incessante dos fazendeiros ricos: um vasto planalto rodeado por uma floresta tropical primitiva.
O Portal da Serra do Roncador localiza-se entre os municípios de Barra do Garças e Nova Xavantina e corresponde a uma área de preservação ambiental extensa. Seu patrimônio, entretanto, expande seus limites para além da biodiversidade, mas como também para as riquezas geológicas, paleontológicas e arqueológicas da região. Os índios Xavantes têm a área como local sagrado, onde viviam seus povos antepassados. Diversas pinturas rupestres vêm sendo encontrados no Roncador, assim como novas cavernas, rios, cachoeiras e canais que levam para dentro daquele mundo perdido.
Minha companheira, a Paleontóloga Aline M. Ghilardi, e eu fomos até a região remota para averiguar e coletar o máximo de informações sobre o Mundo Perdido e suas histórias.
Reviramos as histórias de aventura sobre o desaparecido arqueólogo Colonel Percy Harrison Fawcett e sua eterna busca por ruínas da Cidade Perdida de Z, o livro de Arthur Conan Doyle e suas criaturas pré-históricas, e comentamos sobre a onda de esoterismo que ronda aquele planalto serão discutidos à sério nesse texto. Durante esse processo mergulhamos na mata, encontramos fósseis, fomos a sítios arqueológicos ainda não tombados e visitamos aldeias indígenas.
O que é real e o que é mito sobre a Serra do Roncador? Confira em seguida tudo o que foi documentado.
Fonte: Aline M. Ghilardi, 2011

VIDA SELVAGEM

Fonte: Aline M. Ghilardi, 2011

Embora extremamente ameaçada pelos fazendeiros locais e a exploração exacerbada, o local imediatamente próximo a Serra do Roncador resiste e se preserva graças aos esforços ambientalistas de poucos.

Aline M. Ghilardi realizou uma listagem da vida selvagem baseada em avistamentos durante nossas andanças pela região, sobretudo na subida até o topo oeste do Planalto. Levamos em consideração também informações de pessoas que vivem na região.

Foto Acima: Aline M. Ghilardi atravessando a fenda entre os penhascos no coração da mata. A única ligação entre a parte interior do Roncador e o mundo externo.

A vegetação exuberante de savana, cerrado senso strictu e cerrado campo sujo são paulatinamente substituídos por um cerradão ao aproximar-se do planalto, até que enfim toma forma uma úmida mata de galeria que acompanha os paredões areníticos de mais de 300m de altura e respinga na cascata que despenca do alto do Roncador. Reinam os Angelins, Ipês, o Pau-Brasil do Cerrado, a Cortiça do Cerrado, a Aroeira, a Taúba, o Jatobá, o Gonçalavo e a Sucupira. As lobeiras (ou mais conhecidas como fruta-do-lobo por ser um item importante na dieta do Lobo-Guará) são abundantes, assim como outras solanáceas típicas de cerrado.

OBS.: Grande parte das Malpighiáceas estavam em flor, durante nossa visita em meados de Março.

Algumas espécies de selva amazônica, embora menos abundantes, também permanecem no local, como o Cedro e algumas copaíferas típicas amazônicas. Temos indícios fotográficos antigos de que a fitofisionomia amazônica se via mais presente na área algumas décadas atrás. Entretanto, a exploração ilegal de lenha e também o processo natural de expansão do Cerrado fez torna-se menos abundante aquela outra vegetação na região.

Entorno de lagoas, os buritizais predominam.

Fonte: Aline M. Ghilardi, 2011

É importante enfatizar que a fauna certamente é mais extensa que a listagem abaixo. Pois baseamo-nos somente em avistamentos e relatos dos habitantes locais.

Mamíferos de pequeno a médio porte, com presença de espécies em extinção e outros:

· Anta;
· Cuíca, gambá;
· Macaco-Prego, Sagüi de tufo negro, Bugio e Macaco da noite (raríssimo – ameaçado de extinção);
· Morcegos frugíveros;
· Onça parda, Onça pintada (ameaçado de extinção), Pantera negra (raríssimo – ameaçado de extinção), lontra e Quati;
· Roedores grandes como a Capivara, a Paca, a Cutia, e o Preá;
· Tatu-galinha, Tamanduá-bandeira (ameaçado de extinção) e Tamanduá-mirim (ameaçado de extinção);
· Veado mateiro, Veado catingueiro, Porco do mato.

Répteis avistados foram poucos calangos do Cerrado e lagarto teiú. Entretanto, habitantes locais nos contaram sobre avistamentos de cascavel, jararaca, caninana, jibóia e sucuri (anaconda).

Fonte: Aline M. Ghilardi, 2011

As aves observadas são típicas de Cerrado, Pantanal e Amazônia. Lista de aves observadas (realizada por Aline Ghilardi):

Águia Cinzenta;
Alma-de-gato;
Andorinha do Rio;
Anu Branco;
Anu Preto;
Araçari castanho;
Arara Canindé;
Arara vermelha (raro – em extinção);
Asa Branca ou Pombão;
Bem-te-vi;
Bico-de-fogo;
Canário-da-terra;
Cavião carijó;
Choca-barrada;
Chopin;
Coruja branca;
Coruja Buraqueira;
Coruja Orelhuda;
Curicaca real;
Ema;
Encontro;
Fogo-apagou;
Garça Branca Grande;
Garça façeira;
Garça real;
Garça Vaqueira;
Gavião caboclo;
Gavião Cará-Cará;
Gavião Carrapateiro;
Gavião Peneira;
Gavião quiri-quiri;
Gralha cancã;
Irerê;
Jaçanã;
Jaó;
João-de-barro;
Maria cavaleira de rabo enferrujado;
Marreca Cabocla;
Noivinha;
Pássaro Preto;
Pato Anelado;
Periquito maracanã;
Periquito-de-encontro-verde;
Periquito-rei;
Pica-pau Branco;
Pitiguari;
Pombo doméstico;
Quero-quero;
Rolinha-asa-de-canela;
Sabiá-do-campo;
Saci;
Sanhaçu cinzento;
Siriema;
Suiriri;
Tucano Toco;
Tuiú;
Urubu de cabeça amarela;
Urubu de cabeça preta;
Urutau;
Xeréu;

Fonte: Aline M. Ghilardi, 2011.

Apesar da fabulosa história de Sir Arthur Conan Doyle, ao subirmos o planalto e desbravarmos a região, não encontramos dinossauros propriamente ditos, como na história. Pode-se dizer que nossos verdadeiros dinossauros eram as belíssimas araras-vermelhas que cantavam por entre os penhascos daquele mundo perdido.

Histórias de caçadores que desbravaram a região, entretanto, contam relatos de avistamento de criaturas misteriosas como o Mapinguari (o que deveria ser uma Preguiça Terrícola Gigante, como o Eremotherium), uma espécie de anta gigante, um cervo imenso, um misterioso lagarto colorido com gola e uma criatura reptiliana aquática de caverna.



GEOLOGIA E PALEONTOLOGIA

Fonte: Aline M. Ghilardi, 2011.

Apesar de não haver criaturas pré-históricas ainda vivas naquela região, o Roncador possui uma vasta riqueza de fósseis e uma extensa história geológica.

Durante o período compreendido entre 470 a 400 milhões de anos atrás, havia um mar raso onde hoje é a região do Roncador, próximo ao Rio Araguaia. A vida nesse momento se diversificava e conquistava seus primeiros estágios no continente. As primeiras plantas terrestres e os primeiros animais terrestres se desenvolveram nesse momento.

Os depósitos Ordovico-Siluriano e Devonianos estão contidos em seqüencias da Bacia do Paraná, por vezes subdividida (para os depósitos Devonianos) em Bacia do Alto Garças e Bacia de Apucaranã.

Imagem acima: A Bacia do Paraná e os depósitos Devonianos.
Fonte: Freitas-Brazil, 2004.
Imagem acima (autoria desconhecida): Reconstrução artística da vida durante o Período Ordoviciano. A vida se restringia ao mar. Domínio de invertebrados.
Imagem acima (autoria desconhecida): Reconstrução artística da vida durante o Período Siluriano. As primeiras plantas terrestres se desenvolveram naquele momento.
Imagem acima (autoria desconhecida): Reconstrução artística da vida durante o Período Devoniano. Momento destacado pela grande diversificação dos peixes e pelo surgimento dos primeiros anfíbios e florestas.
 Vídeo acima (Fonte: Sea Monsters, BBC): Reconstrução da vida durante o Período Ordoviciano. O viajante no tempo vai de encontro com as criaturas que viviam à época e nos apresenta como deveria ser o ambiente do Mato Grosso 480 milhões de anos atrás.
Na Região de Barra do Garças até o Portal do Roncador predominam afloramentos Ordovico-Silurianos e Devonianos em depósitos marinhos de baixa energia. Argilitos, filitos e arenitos de granulação fina de coloração arroxeadas contém fósseis de crinóides, braquiópodes e trilobitas de mais de 400 milhões de anos de idade.
Rochas da região com leve presença de metamorfismo em suas rochas. Concreções com formas geométricas triangulares foram encontradas. A porção de afloramentos contida no Portal do Roncador é composta por filitos e argilitos intercalam com depósitos conglogmeráticos de alta enegia, indicando alternância de ambientes de deposição.
Foto acima (coleção da Associação Araguaia de Antropologia e Meio Ambiente): Fóssil de equinodermo crinóide Orcovico-Siluriano encontrado na região de Barra do Garças.
Foto acima (coleção da Associação Araguaia de Antropologia e Meio Ambiente): Fósseis de equinodermos crinóides e um gastrópode Orcovico-Silurianos encontrados na região de Barra do Garças.
Foto acima (coleção da Associação Araguaia de Antropologia e Meio Ambiente): Fóssil de braquiópode do Orcovico-Siluriano encontrado na região de Barra do Garças.
Imagem acima (Foto: Aline M. Ghilardi): Bioturbações em arenito do Devoniano.

ARQUEOLOGIA

Imagem acima (Fonte: Aline M. Ghilardi): O guia Durval Oliveira nos mostra sítios arqueológicos ainda não tombados, na região do Vale dos Sonhos, Serra do Roncador.
Durante o início o século XX, o lendário explorador inglês Col. Percy Harrison Fawcett foi enviado pela Royal Geographical Society para a América do Sul, a realizar um mapeamento definitivo entre as bordas entre o Brasil, Peru e Bolívia nos tempos do Ciclo da Borracha. Durante as diversas expedições encontrou e fez o primeiro contato com diversas etnias indígenas. Descobriu e mapeou também, diversos sítios arqueológicos na Bolívia e Brasil (Acre, Rondônia e Mato Grosso).
Após conseguir evidências de artefatos arqueológicos palpáveis, Col. Fawcett lutava pela idéia de que haveria ruínas de uma civilização antiga no interior do Mato Grosso. Uma civilização inédita, ainda desconhecida pela ciência. Diferentemente daquelas andinas (Incas, Tiwanaku e Nazca), a “Cidade Perdida de Z” estava imersa na Amazônia, maior floresta tropical do mundo. Arqueólogos à época eram muito conservadores e tomavam como impossível o conceito de uma civilização como a de “Z”, ou El Dorado, ou qualquer outra tivesse se desenvolvido em locais tão intrépidos. O local fechado da mata impossibilitaria que qualquer grupo de humanos pudesse se desenvolver além de um estado Paleolítico.
Durante o final de sua vida, Fawcett dedicou-se a realizar diversas expedições pelo Mato Grosso, até que enfim desapareceu de vez em 1925, em sua última expedição, junto ao seu filho de 21 anos, Jack Fawcett, e o amigo dos dois. Os três se dirigiam para o norte do Mato Grosso e sumiram depois de cruzarem a Serra do Roncador e mergulharem na Amazônia.
Foto acima (autoria desconhecida): Percy Harrison Fawcett durante os anos 1910.
Foto acima: Lost City of Z, The – David Grann: livro recomendado para os que querem ler uma reportagem séria, precisa e concisa sobre o Col. Fawcett e suas expedições na América do Sul.
Até o que é conhecido pela ciência dos dias atuais, não foram encontradas ruínas no Roncador. Entretanto, algumas pesquisas vêm sendo levantadas e existem indícios, sim, de uma civilização que povoava a Amazônia. Pesquisadores como Dr. Alceu Ranzy e Dr. Michael Heckenberger desenvolvem as pesquisas no Mato Grosso e no Acre, onde foram encontrados geoglifos enormes escondidos na selva. Aqueles são os rastros do que restou de grandes muralhas de madeira, com templos e habitações, sistemas de estradas que se interligavam por toda da Amazônia. O maior geoglifo encontrado está ao norte do Mato Grosso, na direção que Fawcett foi durante sua última expedição.
Outros já dizem, os esotéricos, que há um portal místico no Roncador. Um portal para outro mundo, uma civilização desenvolvida. Col. Percy Fawcett teria descoberto esse mundo e nunca mais voltado. Até hoje, a região recebe grande número de visitantes destinados aos rituais de meditação que a região proporciona.
Todavia, descrevo no texto o que nós encontramos e documentamos no Roncador, guiados por Mauro da Silva e Durval Oliveira. Fotografias de algumas peças encontradas e recuperadas pelo Historiador Wilson Oliveira.
Através da análise das ferramentas líticas encontradas, os indícios são de que os primeiros habitantes da região do Alto Araguaia chegaram por volta de 12000 anos atrás e se diversificaram por volta de 5000 atrás. Ocupavam cavernas e grutas, e as ilustrações são comuns entre eles. A mais comum são os “círculos sobre círculos”, encontradas em diversas localidades.
Foto acima (Fonte: Aline M. Ghilardi): Durval de Oliveira nos mostra um dos sítios que descobriu, ainda não tombado, no Vale dos Sonhos. A gruta que havia sido abrigo de homens pré-históricos mais de 5000 anos atrás.
Foto acima (Fonte: Aline M. Ghilardi): Pés e mãos são bastante representados em cavernas do Vale dos Sonhos.
Foto acima (Fonte: Aline M. Ghilardi): Ferramentas líticas encontradas na região indica povos de até 12000 anos. Peça tombada na Associação Araguaia de Antropologia e Meio Ambiente.
Foto acima (Fonte: Aline M. Ghilardi): Ferramentas líticas encontradas na região indica povos de até 12000 anos. Peça tombada na Associação Araguaia de Antropologia e Meio Ambiente.
Foto acima (Fonte: Aline M. Ghilardi): Ferramentas líticas encontradas na região indica povos de até 12000 anos. Peça tombada na Associação Araguaia de Antropologia e Meio Ambiente.
Foto acima (Fonte: Aline M. Ghilardi): Rocha histórica retirada do fundo do Rio Araguaia contém as gravuras em baixo-relevo com mais de 5000 anos.

ANTROPOLOGIA

Foto acima (autoria: Aline M. Ghilardi): Menina Xavante observa os visitantes longínquos.
No Brasil existem 554 reservas indígenas reconhecidas pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Uma área total de 946.452 km², o que corresponde a mais de 10% do território brasileiro e é equivalente aos territórios da França e Grã-Bretanha somados juntos. A população indígena estimada em mais de 330.000 habitantes. Novas aldeias vêm sido descobertas, mapeadas e contatadas pela FUNAI ainda nos dias de hoje. Porém, ainda há grupos indígenas que nunca foram contatados pelo mundo externo.
Com tamanha diversidade cultural e lingüística, o Brasil é considerado o país com maior variedade de línguas. Realidade a qual estão alheios a maior porção dos brasileiros. Em contraste com o Brasil que veste o paletó e destaca-se cada vez mais no cenário econômico mundial, estão os sábios antigos, seus primeiros habitantes mantendo seus costumes e línguas, defendendo seu povo e até guerreando entre si em um outro Brasil eternamente exótico e livre.
Foto acima (Fonte: FUNAI): Reservas e outras áreas indígenas do Brasil.
No Mato Grosso há uma grande variedade de reservas indígenas espalhadas por todo o estado. A região compreendida entre o Rio Araguaia, o Rio das Mortes e o Xingu contém diversas etnias indígenas. Uma das tribos guerreiras mais violentas, os dominantes de quase toda a porção do Roncador, são os Xavantes.
Mapa acima (Autora: Juliana Freitas da Rosa): Reservas indígenas do Mato Grosso. Número 2 representa os territórios Xavantes, etnia dominante na região do Roncador.
Os Xavantes – autodenominados A´uwe (“gente”) – somam hoje mais de 15.000 pessoas abrigadas em diversas Terras Indígenas localizadas na região compreendida pela Serra do Roncador e pelos vales dos rios das Mortes, Kuluene, Couto de Magalhães, Batovi e Garças, no leste do Estado do Mato Grosso. Afora as Terras Indígenas Chão Preto e Ubawawe, que são contíguas a TI Parabuburé, as demais terras Xavantes – Marechal Rondom, Maraiwatsede, São Marcos, Pimentel Barbosa, Areões e Sangradouro/Volta Grande (essa última, a aldeia que eu visitei em Março de 2011) – são geograficamente descontínuas.
Uma região rica em biodiversidade e, portanto, diretamente interligada ao modo de vida tradicional indígena de caça e pesca, essa região vem sofrendo impactos ambientais desde a década de 1960, devido ao descaso, à exploração ilegal de madeira e à agropecuária extensiva, processo intensificado pela crescente produção de grãos para exportação, em especial, a soja.
Os fazendeiros do Mato Grosso quase sempre mostram descaso quanto aos crimes ambientais, que ocorrem dia a dia. Ilegalidades são constantes, mas em lugares mais remotos, a Lei nem sempre chega como devia, uma pessoa cuja identidade preservo comigo comentou comigo durante minha última viagem à região.
Durante o fim dos anos 1940, a campanha do SPI (Serviço de Proteção aos Índios) fez surgir a fama dos Guerreiros Xavantes por seu trabalho de “pacificação” da tribo em questão. Fato curioso é que na versão Xavante da história foram os “brancos” os “pacificados”. De meados da década de 1940 a meados da de 60, grupos xavante específicos estabeleceram relações pacíficas diversificadas com representantes da sociedade envolvente – representantes diferenciados entre si, incluindo equipes do SPI, missionários católicos e protestantes.
Foto acima: Em tempos dos primeiros contatos entre ‘warazu’ (aquele que vem de longe, na lígua deles) e os Xavantes, na primeira metade do séc. XX. Fonte: http://img.socioambiental.org
Os agentes do contato e missionários cristãos influenciaram no modo de vida dos Xavantes. Crenças Religiosas, bem como algumas instituições sociais e práticas cerimoniais foram afetadas. Eu mesmo me recordo de discutir sobre a literatura Espírita de Alan Kardec com o Sub-Cacique Jacó. Apesar desses impactos, a Cultura Xavante continua a se manifestar com extrema vitalidade, sendo retransmitida de pai para filho. Suas comunidades, contudo, são politicamente autônomas, ainda que às vezes se unam para atingir objetivos comuns. Entretanto, guerras entre os próprios Xavantes também já ocorreram.
Vídeo acima: Trailer do documentário “Estratégia Xavante” que narra a estratégia visionária do cacique Ahopowê, da tribo Xavante, que, em 1973, propôs a sua tribo o envio de oito meninos para serem criados por famílias de brancos na cidade de Ribeirão Preto, em São Paulo. O objetivo era conhecer a cultura do inimigo para melhor combatê-lo e, conseqüentemente, preservar a autonomia da tribo. Fonte: http://www.ideti.org.br/projetos/video_doc.html

Visitando a Aldeia de Sangradouro

Foto acima (By Aline M. Ghilardi): O Pajé Aldo, 98, o Senhor mais idoso que eu já conheci, Pajé da Aldeia Xavante Sangradouro, contempla seus visitantes longínquos e nos observa em reflexão.
Mauro da Silva, Aline e eu fomos visitar a extensa aldeia Xavante Sangradouro, localizada próximo a BR que leva à Cuiabá, a altura de Primavera do Leste. Na região do Rio das Mortes.
Eles dizem viver uns 200 anos, disse Mauro da Silva, ambientalista que nos guiou até as aldeias. A alimentação deles é muito superior à nossa: nada de sal, açúcar… isso tudo envelhece o homem.
Pajé Aldo me fitava com um olhar nostálgico indecifrável. Ao olhar minha alma e me observar, ele pôde nomear-me guerreiro em sua tribo, com a tradicional gravata de algodão Xavante com uma pena projetada para trás da cabeça do usuário. Mais tarde, ganhei também a pena de águia, por ser um guerreiro observador. Ao final, Pajé Aldo entregou-me uma Burduna, uma espécie de tora adornada com penas de arara, muito resistente. Assemelha-se em formato de apoio a uma katanados Samurais, mas é uma tora contínua, sem lâmina, com forte poder de impacto para quebrar ossos. Eles usam para caça e guerras.
Eu estou lisonjeado.
É um título muito raro de um ‘Homem Branco’ conseguir, afirmou Mauro da Silva, nosso guia, impressionado. Eu conheço os Xavantes desde criança e até você, eu só tinha visto outros dois ganharem a gravata de Guerreiro.
Foto acima (By Mauro da Silva): Aline e eu levando alimentos básicos e carne vermelha para fazer uma oferta a duas Aldeias do Sangradouro, a do Pajé Aldo e a de Jacó e Pajé Bernardo. A importância de contribuir para essa aldeia é que ela funciona como uma creche enorme, onde as crianças vivem e aprendem na escola sua língua, com Mestre Jacó, até estarem prontas para fazerem sua iniciação como guerreiros, em outra aldeia Xavante.
Em um mundo de mudanças, disse o sábio Pajé Aldo, onde os ‘warazu’ se desenvolvem cada vez mais na tecnologia, sobretudo de guerra, nós, os A´uwe não podemos ficar para trás.
As doenças de hoje, disse o Sub-Cacique Jacó, um dos únicos que falam Português com fluência,não são as doenças de antigamente. Necessitamos de cuidados extras para não adquirirmos doenças relacionadas com o que os ‘warazu’ trouxeram. Hoje consideramos importante utilizarmos suas roupas, afora rituais cerimoniais, por uma questão de controle da higiene.
Foto acima (By Tito Aureliano): Sub-Cacique e Professor Xavante, Jacó nos conta sobre sua cultura e seus costumes.
Ao perguntarmos o motivo de todos na aldeia estarem de cabeça raspada, Jacó nos explicou:
Estamos de luto. Perdemos uma menininha aqui na aldeia faz poucos dias. Raspamos a cabeça quando alguém de nossa família morre.
Por coincidência, o nome indígena da menina falecida era semelhante em pronúncia ao de Aline, minha companheira. Houve grande comoção quando perguntaram e Aline lhes respondeu seu nome. Foi recebida também com muita amizade e ganhou um colar.
O clima de luto também cessou quando nós distribuímos dinossauros para as crianças, que pulavam de alegria.
Foto acima (By Aline M. Ghilardi): Eu vou me lembrar para sempre o rosto das crianças Xavantes quando eu as presenteei com meus vários bonecos de dinossauro. Falavam rápido em sua língua e terminavam a fala em uma exclamação “Dinossauri! Dinossauri!”. Elas estavam fascinadas. Eu não consigo descrever a sensação de trazer alegria e inspiração para crianças. Entreguei os brinquedos sob pedido de uma das anciãs que toma conta das crianças. Ela dizia a mim que lá nenhuma criança tinha brinquedos. Imaginem só?
Agora, pelo menos, têm um monte de dinossauros!
Foto acima (By Mauro da Silva): O Pajé Bernardo, 90, irmão do Pajé Aldo, realizando o ritual de cura Xavante que consiste em uma série de cortes em vertical, paralelos, pelos braços, costas e pernas, com o intuito de fazer sangrar, para então aplicar as raízes moídas. Eu melhorei de meu resfriado no mesmo dia.
Foto acima (By Mauro da Silva): Minhas costas após os cortes e aplicação das raízes. Imediatamente, o remédio entra na corrente sanguínea e começa a fazer efeito.
Meu objetivo, disse Jacó, é que em alguns anos nenhuma criança esteja falando o Português, somente o Xavante. Assim poderemos manter nossa cultura e renová-la, geração a geração.
Foto acima (By Tito Aureliano): Crianças curiosas chegaram perto de mim.

PROTETORES DO SANTUÁRIO

Mauro Ferreira da Silva (fotografia ao lado) é conhecido como “Maurinho do Roncador”. Proprietário da fazenda Portal do Roncador, localizada imediatamente aos pés do planalto de mesmo nome. Seu Mauro, entretanto, não é um mato-grossense proprietário de terra comum: ele optou por não desmatar e acabar com a biodiversidade da região. Pelo contrário, ele trocou a vida ambiciosa e agitada do garimpo por um local calmo, onde vive em uma casinha, cria umas poucas vacas e deixa a mata crescer ao próprio gosto. Ele preserva a região selvagem que a cada dia toma mais força graças aos seus esforços ambientalistas. Fundador da ONG do Instituto Ecológico Portal do Roncador, Seu Mauro realiza fiscalização e apreende pesca e caça ilegais na região. Hoje já conquistou respeito na região e o ódio por aqueles que cometem crimes ambientais. O maior problema é que sua ONG carece de financiamento e necessita de mais incentivo público. Para ajudar com os custos, Seu Mauro acredita em um desenvolvimento sustentável e está construindo uma pousada com poucos quartos e camping, destinados àqueles apreciadores da natureza. No local são proibidos a música alta, a bebida, as drogas e os vícios que destroem o homem. Ele já recebeu diversos visitantes curiosos, dentre eles, inclusive o falecido Timothy Fawcett, sobrinho do famoso explorador inglês de mesmo sobrenome. Lá se pode observar uma Natureza belíssima e rara, com araras vermelhas cantando todo o tempo, macacos que vivem nos penhascos, o som da cachoeira e um pouco raramente, urros da pantera negra. Seu Mauro encontrou também alguns sítios arqueológicos no Roncador, ainda não-tombados.
Para conhecer mais sobre Mauro, sua Pousada e seus projetos:

· Site: http://www.maurinhodoroncador.com.br/
· Celular: +55 66 99746844

Durval Ferreira de Oliveira (fotografia ao lado) é agente de turismo na região de Barra do Garças e aos arredores. Essa é a primeira pessoa que eu aconselho que qualquer um que queira conhecer a região entre em contato primeiramente. Ele defende a divulgação científica e prioriza a conscientização da preservação do Patrimônio Histórico e Ambiental em torno do Roncador. Ambientalista ativista, abraça a causa de preservar a região do Roncador e entorno. Durval também já encontrou diversos sítios arqueológicos na serra, alguns dos quais ainda não estão nem sequer tombados. Pinturas rupestres e objetos estão esperando pelo tratamento devido. Ele busca hoje contatos de cientistas em todo o mundo em busca de fazer despertar o interesse na região e promover desenvolvimento intelectual. Durval começa agora um projeto que criação de um camping e albergue em sua casa às margens do Rio Araguaia destinado àqueles que curtem a natureza e apreciam a tranqüilidade, sem custos elevados.
Para entrar em contato com Durval, conhecer seu camping e tirar dúvidas:

· E-mail: tiodurvas@hotmail.com
· Celular: +55 66 99783902

Nina Ferreira de Oliveira Douzan (fotografia ao lado), irmã de Durval e Wilson. Gestora do Patrimônio, professora e acadêmica em Arqueologia e Antropologia do Mato Grosso da região da Serra do Roncador. Contém diversas peças e artefatos arqueológicos encontrados na região e espera financiamento da prefeitura para a criação de um museu na cidade, onde as peças regionais possam ser devidamente depositadas e estudadas.

Wilson Oliveira (fotografia ao lado), irmão de Durval e Nina. Historiador, Arqueólogo amador e Político ativo. Promove a divulgação científica do Patrimônio Histórico da região compreendida entre o Araguaia e o Xingu. Já encontrou diversos sítios arqueológicos junto ao irmão Durval. Contém diversas peças tombadas junto à Associação Araguaia de Antropologia e Meio Ambiente e está lutando por verbas públicas para construir o Museu do Homem do Araguaia.

Para entrar em contato com Wilson e tirar dúvidas:

· Blog: http://profwilsonaraguaia.blogspot.com/

CONCLUSÃO

A região fantástica da Serra do Roncador, Mato Grosso, contém um patrimônio de valor inestimável para contribuir com diversas áreas da Ciência.

Uma conscientização deve surgir, por parte da população matogrossense, sobretudo por parte dos fazendeiros e os que detém o poder. Enquanto pensam na produção prática, atropelam qualquer tentativa de um desenvolvimento sustentável e destroem gradativa e irreversivelmente um mundo precioso.

Esforços como o de Mauro da Silva (maurinhodoroncador@gmail.com) e Durval de Oliveira (tiodurvas@hotmail.com) devem ser estimulados. Qualquer um interessado em contribuir, pode entrar em contato e fazer uma doação. Todos estão convidados a visitarem e realizarem tours pelo Mundo Perdido, e ao mesmo tempo, contribuindo para a preservação do mesmo.

Restam poucos “Mundos Perdidos” na Terra. Preservem!

BIBLIOGRAFIA

. Conan-Doyle, Arthur. Lost World, The. 1920.

. Freitas-Brazil, F. A.. Estratigrafia de seqüências e processo diagenético: exemplo dos arenitos marinho-rasos da Formação Ponta Grossa, Noroesta da Bacia do Paraná. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Geologia. Rio de Janeiro, 2004.

. Grann, David. Lost City of Z, The. 2009.

http://www.itaucultural.org.br/arqueologia/

http://pib.socioambiental.org/pt/povo/

Os mistérios do Manuscrito 512 e da cidade perdida de Muribeca

Na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (seção manuscritos, obras raras), existe um documento do século XVIII, denominado “Manuscrito 512”, no qual se narra o descobrimento de uma maravilhosa cidade perdida de casas de pedra e amplas ruas, além de numerosas inscrições gravadas nas pedras em uma língua completamente desconhecida.
O documento, escrito pelo religioso J. Barbosa, foi dirigido ao Vice-rei do Brasil Luís Peregrino de Carvalho Menezes.
A viagem de exploração teve lugar em 1753, quando um grupo de homens guiados por Francisco Raposo e João Silva Guimarães, adentrou-se nas selvas do atual estado brasileiro da Bahia.
Antes que nada há que se considerar que faz aproximadamente 270 anos o atual estado da Bahia estava dominado por hordas de Aimorés e Pataxós, nativos belicosos cujas terras foram conquistadas só muitos anos depois. Aventurar-se no interior da chamada “Mata Atlântica”, a selva tropical que agora, lamentavelmente, está reduzida só a pequenos pedaços, era muito perigoso.
Francisco Raposo buscava as fantasmagóricas minas de ouro e de prata de Muribeca, cuja localização física era desconhecida.
A lenda das minas de Muribeca se remonta ao século XVI, quando o português Diego Álvares foi o único sobrevivente de um desastroso naufrágio próximo à costa do Brasil. Salvaram-no alguns indígenas tupis-guaranis e, nos meses seguintes, aprendeu o idioma dos nativos e se casou com uma jovem, chamada Paraguaçu. Álvares teve vários filhos e netos. Um deles, que viveu durante muito tempo com os autóctones tupis, chamou-se Muribeca. Depois de uma viagem ao interior do continente, guiado por nativos tapuias, Muribeca encontrou uma riquíssima mina de ouro, prata, diamantes, esmeraldas e rubis. Com o tempo, organizou a exploração da mina e se tornou riquíssimo, pois vendia pepitas de ouro e pedras preciosas no porto da Bahia (atual Salvador). O filho de Muribeca, cujo nome era Robério Dias, era muito ambicioso e, durante uma viagem a Portugal, pediu ao rei do Portugal o título de marquês.
O rei prometeu conceder-lhe o almejado título, mas só se Robério Dias revelasse o segredo de seu pai e cedesse as minas à Coroa portuguesa.
Robério Dias aceitou, mas quando a expedição chegou a Bahia, pouco antes de empreender a viagem em direção às minas, persuadiu o oficial do rei de que lhe abrisse a carta que continha o título de marquês. Deu-se conta, ao contrário, de que tinha só um título de pouca importância, quer dizer, capitão de missão militar. Negou-se então a indicar o caminho em direção às minas, e foi encarcerado por muitos anos.
Quando morreu, em 1622, levou consigo à tumba o segredo da exata localização das minas achadas e exploradas por seu pai, Muribeca.
Desde então, muitos partiram em busca da fabulosa veia de ouro, mas quase todos morreram no intento ou regressaram sem haver alcançado o objetivo de sua viagem.
O documento mais importante sobre as minas de Muribeca apareceu casualmente em 1839, no Tomo I do periódico do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Tratava-se do relato da viagem do aventureiro Francisco Raposo, efetuada em 1753.

A continuação, um extrato do manuscrito:

Francisco Raposo partiu ao mando de dezoito colonos e, depois de muitíssimas aventuras, mais além de uma enorme zona lodosa, deveu atravessar escabrosas montanhas. Apenas lograram passar a outra parte viram uns claros e, de longe, a selva virgem. Foram enviados uns quantos nativos para reconhecimento e, quando regressaram, disseram que haviam encontrado as ruínas de uma cidade perdida.

No documento se narra ademais que os aventureiros exploraram a cidade perdida no dia seguinte. Entraram maravilhados a uma grande cidade de pedra com muros ciclópeos parecidos aos de Sacsayhuamán. Na parte central da enigmática cidade havia uma praça com um monolito negro muito alto no centro, em cuja cúspide estava a estátua de um homem que indicava o norte. Aqui está outra passagem da antiga descrição:

Exploramos a zona e nos demos conta de que estávamos entrando em uma cidade antiga, desabitada. Caminhávamos entre as ruínas da cidade e observávamos emocionados essas casas destruídas pensando que em um passado longínquo deveram haver estado ferventes de atividade.
Na entrada havia três arcos. O central estava muito mais acima que os dois laterais e tinha alguns signos desconhecidos gravados na pedra.
Logo nos adentramos nas ruínas da cidade, mas não encontramos nenhum sinal de presença humana recente. Tudo estava abandonado desde havia séculos ou quiçá milênios. No centro da cidadela havia uma praça com a estátua de um homem que indicava o norte. A um lado da praça havia um grande edifício em ruínas. Pelo aspecto exterior, parecia ser um grande templo destruído por um devastador terremoto. Em frente à praça principal fluía um grande rio, enquanto que do outro lado do curso de água havia campos com grandes quantidades de animais: pássaros e corços, aos quais estranhamente nossa presença não assustava.
Navegamos pelo rio durante três dias e encontramos várias pedras onde estavam incisos estranhos signos, parecidos aos do arco da entrada da cidade. Encontrávamo-nos na zona das minas, já que era fácil ver grandes pepitas de ouro nas margens do rio.

A partir do descobrimento do manuscrito, em 1839, vários aventureiros se lançaram às profundidades do Sertão em busca da cidade perdida.
Um deles foi Teodoro Sampaio, quem em 1878 afirmou haver achado, na zona do Rio São Francisco, várias cavernas com petróglifos e estranhas incisões, mas não a mítica cidade.
Em 1913, o tenente coronel inglês O’ Sullivan Beare declarou haver chegado às minas de Muribeca, situadas, segundo ele, na margem direita do Rio São Francisco, a uns doze dias a cavalo de Salvador da Bahia. Disse também que havia visto de longe as ruínas da cidade perdida, quase completamente ocultas na espessa selva, mas admitiu que não pôde aproximar-se porque seus víveres haviam se acabado e ademais, estava por começar uma tempestade.
O coronel inglês Percy Fawcett, quem teve ocasião de conhecer Beare no Brasil, ficou fascinado com seu testemunho e com a análise do documento 512.
Também ele pensou em buscar a almejada cidade perdida de Muribeca, no que hoje é o estado da Bahia e, portanto, decidiu organizar uma expedição em 1921. Na realidade, Fawcett estava interessado principalmente na zona do Mato Grosso por vários motivos. Primeiro que tudo, em suas viagens anteriores havia tido ocasião de escutar várias lendas indígenas que descreviam cavernas, antigas cidades, fortalezas e ruas pavimentadas.
Além disso, havia recebido como presente de parte de seu amigo escritor Haggard uma estatueta particular que provinha da zona do Xingu: nela estavam gravadas algumas estranhas letras que ele havia interpretado como provenientes de Atlântida.
No entanto, a cuidadosa análise do manuscrito 512 e da lenda de Muribeca o fascinaram tanto que, em julho de 1921, organizou uma expedição a algumas zonas remotas da Bahia, com o fim de encontrar a cidade perdida.
Explorou a zona do ocidente de Lençóis, na remota Serra de Sincorá e Orobó, onde supunha que se encontrava a mítica Muribeca. Na região chamada Lapinha, Fawcett encontrou muitos petróglifos parecidos aos descritos no Manuscrito 512, mas não logrou achar a desejada cidade perdida.
Alguns anos depois, em sua famosa expedição de 1925, da qual não regressou jamais, Fawcett decidiu partir de Cuiabá, no Mato Grosso, com a ideia de explorar as terras do Xingu, e depois, em direção a leste, atravessar a Serra do Roncador, chegar ao Rio Araguaia (lat. 9 sul), até chegar ao Rio Tocantins, para explorar em seguida a Serra Geral e arribar por fim às margens do Rio São Francisco, na zona indicada originalmente como o lugar onde surgia a cidade perdida de Muribeca, a que se descreve no Manuscrito 512.
O resultado da expedição de Percy Fawcett, em companhia seu filho Jack e seu amigo Raleigh Rimmel, é bem conhecido: os três aventureiros desapareceram provavelmente perto do Rio Culuene (afluente do Xingu), enquanto se dirigiam à misteriosa Serra do Roncador.
Por que Fawcett não concentrou seus esforços na zona da legendária Muribeca, nas cercanias do Rio São Francisco?
À parte dos relatos dos indígenas e da estatueta “atlante”, qual foi o motivo que o impulsionou a iniciar sua última viagem no Mato Grosso, tratando de explorar uma zona florestal desmesurada, totalmente selvática e habitada nesse então por tribos agressivas?
Com efeito, alguns estudiosos e investigadores desenvolveram a hipótese de que a fantástica cidade perdida de Muribeca se encontrava muito mais ao noroeste em relação ao Rio São Francisco, quiçá sobre as margens do Tocantins, do Araguaia ou inclusive do mesmo Xingu.
Em minha opinião, a história relatada no Manuscrito 512 pode haver sido certa, mas posteriormente, toda a cidade pode haver sido tragada pela Terra, por causa de devastadores terremotos ou lentos bradissismos, que haveriam ocultado para sempre o mistério de sua fascinante origem.

YURI LEVERATTO
Copyright 2011

Artigo traduzido por Victor Kawakami

Para aprofundar o tema: Relaçao integral e interpretaçao do Manuscrito 512

Fonte: http://yurileveratto.com/po/articolo.php?Id=170

UMA CIDADE SUBTERRÂNEA NAS SELVAS DO BRASIL

No imenso estado brasileiro de Mato Grosso (901.420 Km ²), se esconde um enigma de proporções similares a geografia que enfrentamos. Na parte de suas chapadas ―um terreno em verdade complicado, com zonas baixas e pantanosas―, no coração das denominadas Serras do Roncador, se encontra um mundo perdido que se protege diante de sua indócil selva e as flechas dos guerreiros índios do Parque Xingú. Um cenário que parece ter sido extraído de um filme de ficção científica. Não obstante, ao dar uma olhada nesta paisagem, é inevitável associá-lo com o mistério do Paititi. Ainda mais ao encontrar claros indícios que aponta a uma raça de seres superiores que viveriam nas entranhas da Terra (outros pontos no mundo tambem mencionam) e que estariam custodiando a “verdadeira historia da humanidade, sua origem e missão”. Uma historia fascinante mas ao mesmo tempo
difícil de crer. Será possível?
Há muito tempo se mencionou a zona do Roncador como um lugar que “esconde” uns dos ingressos a esse místico e esquivo mundo subterrâneo. Um ponto no mundo que é rico em diversas lendas e, também, em mistérios. Não em vão, que em 1925, o investigador George Lynch salientou na prestigiosa revista Science at Vie que em Mato Grosso se encontra a origem de todas as civilizações do ocidente.
Recordamos que neste mesmo ano, o Coronel inglês Percy Harrison Fawcett (medalha de ouro da Real Sociedade de Geografia de Inglaterra e chefe da comissão encarregada de delimitar as fronteiras entre Peru e países vizinhos) levou a cabo uma arriscada expedição nestas selvas indomáveis, de onde nunca mais regressaria.
A desaparição de Fawcett, devido a seus credenciais e reconhecimentos, acendeu um interesse inusitado nesta região do Brasil. Mais de um investigador se perguntava que havia ocorrido realmente com este Coronel que mais tarde inspiraria em Steven Spielberg ao famoso personagem de Indiana Jones, que, ao igual que Fawcett, se submergia na selva e outros pontos do mundo buscado desvelar os mistérios. ¿Tudo isto é somente ficção?

A ESTRANHA DESAPARIÇÃO DO CORONEL FAWCETT

O inquietante era que Fawcett partiu em busca de uma cidade secreta no Roncador, denominada por ele “Z”. E até a data, a mais de sete décadas de sua expedição, não se sabe a ciência ao certo o que ocorreu com o experiente Coronel, que desapareceu em meio das selvas do Xingu com seus dois acompanhantes, seu filho Jack, de 22 anos, e o fotógrafo Raleigh Rimmel. Um detalhe intrigante em torno da sua desaparição foi revelado em 1952 por outro de seus filhos, Brian, quem afirmou, com total certeza, que se, seu pai entrou naquela cidade perdida que buscava, e que a “gente” de ali não o deixaram sair…
A própria esposa do Coronel havia sustenido que quando viviam no extremo Oriente apareceram uns homens estranhos que lhe anunciaram feitos extraordinários para o futuro da família, antecipando, incluso, o destino de Fawcett. Esses homens seriam “emissários” da denominada Irmandade Branca ou “Academia Invisível” que vigia o mundo. Segundo se crê um conjunto de elevados Mestres que protegem os segredos da Terra. Aqueles seres estariam vinculados a lenda de Shambhala, que mais de um Lama conhece, mesmo que nesta ocasião estaríamos enfrentando o mesmo panorama nas selvas e montanhas de America do sul. A tudo isto se somou ao descobrimento científico de Machu Picchu por Hiram Binghan, em 1911, feito que daria ao Coronel maior força a sua convicção de partir a Serra do Roncador, que deve seu singular nome aos estranhos sons que parecem surgir do solo. Outro feito inexplicável já que o vento não pode gerar tremendos fragores que parecem gerar-se na entranhas do lugar. E já se descartou qualquer tipo de atividade sísmica na zona. Então, quem ou o que gera esses sons, que as vezes são metálicos ou mecânicos?
O explorador, sabia que em Brasil ―assim como em outras regiões ainda sem investigar de América do Sul― jaziam escondidas, ocultas, ancestrais cidades de pedra, enterradas baixo o conveniente manto selvatico. Já nas suas viagens pelo continente, Fawcett havia ouvido dizer dos “índios loiros, de olhos azuis”, como remanescente de uma perdida cultura que chegou de terras longínquas logo após um cataclismo. Todos estes dados lhe aventuraram em 1921 a buscar a cidade perdida de Bahia. O certo é que, a margem daquela silenciosa pesquisa ―pouco se sabe em realidade o que encontrou Fawcett y decidiu calar― existe uma jazida arqueológica na Bahia, concretamente em Igatú, perto de Andarai, em plena meseta Diamantina. Alguns a chamam, inclusive, “A Machu Picchu brasileira”.
É importante dar um olhada neste mistério em Bahia pelo fato desta cidade aparecer no “manuscrito 512”, que se conserva na Biblioteca Nacional de Rio de Janeiro. A existência deste enclave, e as revelações deste manuscrito, puseram a Fawcett trás uma “pista”. Vejamos o que diz o manuscrito.

O MANUSCRITO 512

Havia aparecido a meados do Séc. XIX com o controvertido título: “Relação histórica de um oculto e grande povoado antiqüíssimo sem habitantes que se descobriu no ano 1753”.

O documento, carcomido em parte, inicia seu relato narrando uma expedição de bandeirantes ao interior de Brasil. O grupo havia partido de São Paulo. Graças a um cervo branco ―que saiu do nada― foram guiados até as mesmíssimas ruínas de uma cidade de pedra. Os aventureiros, logo depois de penetrar em um vale de selva densa e inumeráveis riachos, se encontraram atônitos diante uma entrada formada por “três arcos de grande altura”, coroados com inscrições. Então entraram. E ali descobriram, no centro de uma praça desta cidade abandonada, uma coluna de pedra negra, coroada pela estatua de um homem sinalando com a Mao direita em direção norte…

O manuscrito narra outros detalhes extraordinários desta expedição que aumenta ainda mais sua intriga. Seu testemunho, sem duvida, incita a lançar-se em busca daqueles mistérios. Mas, quem foi o autor? Ao estar parcialmente corcomido, certas partes do documento se perderam, e talvez entre elas o nome que buscamos. Alguns historiadores, como era de se esperar, prantearam a possibilidade de ser uma farsa bem urdida. Afortunadamente, o historiador Pedro Calmón, logo de um minucioso estudo, conseguiu identificar ao autor do manuscrito 512: o capitão Joao da Silva Guiamares, falecido entre 1764 y 1766.
O texto foi encontrado por primeira vez entrando no Séc. XIX em uma das estantes da Biblioteca Pública da Corte de Rio de Janeiro. Logo se reproduziu no primeiro número da revista do Instituto, exatamente no ano 1839.
Fawcett conhecia a narração deste insólito documento, e as possíveis “pistas” que outorgava para encontrar outras cidades perdidas em Brasil. Não obstante, o estímulo mais poderoso com que contava o Coronel para penetrar o Mato Grosso, era outro. E Tal vez tão inquietante como o mesmo manuscrito.

O ATLANTE DE BASALTO

O que motivou finalmente a Fawcett a partir em busca de “Z” na perigosa Serra do Roncador radicada em uma estranha estatueta de estilo egípcio feita em basalto negro (roca vulcânica vitrificada). O objeto havia chegado a suas mãos graças ao famoso novelista Sir Rider Haggard ―autor da fascinante obra “As minas do Rei Salomão”― quem a conseguiu em Brasil a finais do século XIX.
A través da investigação psíquica ―como a psicometria― se determinou que a estranha estatueta, de uns 25 cm. de altura, provinha possivelmente de Atlântida, sendo resgatada por um sobrevivente que a manteve em sua custodia em uma cidade de pedra, escondida nas selvas de América do sul. O curioso é que a estatueta representava a um possível sacerdote sustentando uma taboa com inscrições com 24 estranhos signos que esperavam ser decodificados. Fawcett conseguiu decifrar 14 destes símbolos ao encontrar-los em peças de cerâmica pré-histórica procedentes do Brasil. E se pensa que os utilizou como “coordenadas” para alcançar seu objetivo. Outros pensam que a escritura se tratava em realidade de uma espécie de “contra-senha” ou “senha de acesso” ao mundo perdido do Roncador. E ainda que tudo isto pareça demasiado alucinante como para aceitar, existem diversos estudos sérios sobre a inscrição que esgrime a estatueta.
O reconhecido estudioso argentino Aldo Ottolenghi, na sua obra “Civilizações Americanas pré-históricas” (1980) aborda em cheio o mistério desses signos, que diga o investigador ―experto mundial no estudo de escrituras ancestrais― pelas complexas e exatas características como linguagem arcaico constitui uma prova de sua autenticidade. Por alguma razão, aquela estatueta chegou às mãos de Sir Haggard para que, finalmente, Fawcett a possui com a ratificação de uma viagem que vinha pensando realizar. O objeto ―como se tratasse de uma profecia― acompanhou ao ousado explorador inglês em seu último e estranho viagem ao Mato Grosso. Tinha que devolver-lo a seu lugar de origem?
A similaridade deste episodio com a Pedra de Chintamani que portava Nicolas Roerich no deserto de Gobi e as montanhas do Altai para ser “devolvida” a Shambhala, é sugerido. Por um lado, a denominada “Pedra de Orión” representava as forças cósmicas, ao tratar-se do fragmento de um presunto meteorito. E a estatueta de Fawcett, ao ser de basalto, fecharia a energia telúrica do planeta. Mais longe de um ato simbólico, em tudo isto parece deslizar-se certas transmissões de energia ao levar estes objetos aos Retiros Interiores. Temos que nos perguntar se aquelas viagens foram induzidas pelos mesmos “Mestres Invisíveis”.
MATALIR-ARARACANGA: A CIDADE QUE TROVEJA

O nome “Roncador” vem do fato do vento passar pelos paredões rochosos durante a noite, produzindo um som grave que se assemelha ao ronco de uma pessoa dormindo, mas Cidade que troveja é o nome onde muitos identificam a cidade intraterrestre da Serra do Roncador.E como mencionei anteriormente, deve sua denominação ao estranho ruído, as vezes como de “trovoes”, e outras ocasiões como de “máquinas”, que parece surgir do solo e não dos ventos. Matalir-Araracanga seria a cidade subterrânea que gera aqueles “sons”. Mesmo não necessariamente podia corresponder a pretendida tecnologia dos intraterrestres. Alguns místicos supõem que em verdade nos encontramos diante dos mantras ou cânticos sagrados dos habitantes subterrâneos do Mato Grosso. Como seja, este fenômeno, cabe mencionar, foi escutado também em outros pontos de similar característica em todo o mundo, incluindo o próprio deserto de Gobi.
No caso desse tema que comparte China e Mongólia, se ouviram muitas vezes que as caravanas que atravessavam o deserto asiático derrepente escutavam um “canto antigo” sair das entranhas da terra. Imediatamente tudo ficava em silencio. Até os animais que venham com a caravana se encontravam imóveis, sobrenaturalmente tranqüilos. Incluso o vento, freqüente daqueles locais, também, misteriosamente, se havia calmado. Ao cabo de uns instantes mais, tudo voltava a normalidade. Os lamas afirmam que isto sucede quando o Rei do Mundo, o Supremo Mestre de Shambhal segundo suas crenças, está orando pela humanidade.
Acredita-se que seres evoluídos possuem cidades subterrâneas cujas entradas ficam escondidas no meio da serra. Ao meio da serra há um lago chamado de “o Portal”. Essa Lagoa é misteriosa por possuir águas extremamente cristalinas e não haver nenhum ser vivo dentro dela. Segundo a crença esotérica, deve-se mergulhar nesta lagoa para se ter acesso a Atlântida.
Outro acesso seria uma enorme rocha de cristal perfeitamente redonda e transparente, medindo aproximadamente 10 metros de diâmetro. Os ancestrais dos Índios Xavantes, utilizavam essa rocha como espelho.
Envolto em mistérios, o destino do militar britânico continua obscuro. Do pouco que existe de concreto sobre o assunto, sabe-se que Fawcett estava confiante no sucesso de sua expedição. Na última correspondência enviada a sua esposa, ele afirmava: “Vou me encontrar com índios selvagens em breve, mas você não deve temer nenhum tipo de fracasso”.
NOTA: Este artígo é uma adaptaçao do livro “Uku Pacha: O Mundo Subterrâneo da Irmandade Branca”, de Ricardo González.

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