Antropologia Feminina Espiritualidade Informações Essenciais Manifestações e Emanações de Shakti / Qoya / Auset / Cy Mitologia Feminina Para Práticas e Estudos do Caminho Sagrado Feminino Uncategorized

A Lenda das 13 Matriarcas

A Lenda das 13 Matriarcas

Texto de Mirella Faur – extraído do Anuário da Grande Mãe

Ao longo dos tempos, entre os Kiowa, Cherokee, Iroquois, Sêneca e em várias outras tribos nativas norte-americanas, as anciãs contavam e ensinava, nos “Conselhos de Mulheres” e nas “Tendas Lunares”, as tradições herdadas de suas antepassadas. Dentre várias dessas lendas e histórias, sobressai a lenda das “Treze Mães das Tribos Originais”, representando os princípios da energia feminina manifestados nos aspectos da Mãe Terra e da Vovó Lua.

Neste momento de profundas transformações humanas e planetárias, é importante que todas as mulheres conheçam este antigo legado para poderem se curar antes de tentarem curar e nutrir os outros. Dessa forma, as feridas da alma feminina não mais se manifestarão em atitudes hostis, separatistas, manipuladoras ou competitivas. Alcançando uma postura de equilíbrio, as mulheres poderão expressar as verdades milenares que representam, em vez de imitarem os modelos masculinos de agressão, competição, conquista ou domínio, mostrando, assim, ao mundo um exemplo de força equilibrada, se empenhando na construção de uma futura sociedade de parceria.

Como regentes das treze lunações, as Treze Matriarcas protegem a Mãe Terra e todos os seres vivos, seus atributos individuais sendo as dádivas trazidas por elas à Terra. O símbolo da Mãe Terra é a Tartaruga e seu casco, formado de treze segmentos, simboliza o calendário lunar.

Conta a lenda que, no início da no nosso planeta, havia abundância de alimentos e igualdade entre os sexos e as raças. Mas, aos poucos, a ganância pelo ouro levou à competição e à agressão, a violência resultante desviou a Terra de sua órbita, levando-a a cataclismos e mudanças climáticas. Em conseqüência, para que houvesse a purificação necessária do planeta, esse primeiro mundo foi destruído pelo fogo.

bordado Matizes Bordados Dumont
Assim, com o intuito de ajudar em um novo início e restabelecer o equilíbrio perdido, a Mãe Cósmica, manisfestada na Mãe Terra e na Vovó Lua, deu à humanidade um legado de amor, perdão e compaixão, resguardado no coração das mulheres. Para isso, treze partes do Todo representando as treze lunações de um ciclo solar e atributos de força, beleza, poder e mistério do Sagrado Feminino. Cada uma por si só e todas em conjunto, começaram a agir para devolver às mulheres a força do amor e o bálsamo do perdão e da compaixão que iriam redimir a humanidade. Essa promessa de perfeição e ascensão iria se manifestar em um novo mundo de paz e iluminação, quando os filhos da Terra teriam aprendido todas as lições e alcançado a sabedoria.

Cada Matriarca detinha no seu coração o conhecimento e a visão e no seu ventre a capacidade de gerar os sonhos. Na Terra, elas formaram um conselho chamado “A Casa da Tartaruga” e, quando voltaram para o interior da Terra, deixaram em seu lugar treze crânios de cristal, contendo toda a sabedoria por elas alcançada. Por meio dos laços de sangue dos ciclos lunares, as Matriarcas criaram uma Irmandade que une todas as mulheres e visa a cura da Terra, começando com a cura das pessoas. Cada uma das Matriarcas detém uma parte da verdade representada, simbolicamente, em uma das treze ancestrais, as mulheres atuais podem recuperar sua força interior, desenvolver seus dons, realizar seus sonhos, compartilhar sua sabedoria e trabalhar em conjunto para curar e beneficiar a humanidade e a Mãe Terra.

Somente curando a si mesmas é que as mulheres poderão curar os outros e educar melhor as futuras gerações, corrigindo, assim, os padrões familiares corrompidos. Apenas honrando seus corpos, suas mentes e suas necessidades emocionais, as mulheres terão condições de realizar seus sonhos.

Falando suas verdades e agindo com amor, as mulheres atuais poderão contribuir para recriar a paz e o respeito entre todos os seres, restabelecendo, assim, a harmonia e a igualdade originais, bem como o equilíbrio na Terra.

 

Meditação para entrar em contato com a Matriarca de qualquer lunação

bordado Matizes Bordados Dumont

Transporte-se mentalmente para uma planície longínqua. Ande devagar por entre os arbustos e diferente tipos de cactos, nascendo do chão pedregoso. O ar está calmo, o silêncio quebrado apenas pelo canto de alguns pássaros. Veja o Sol se pondo, colorindo o céu nos mais variados tons de dourado e púrpura.

No meio dos arbustos você enxerga uma construção rudimentar de adobe, meio enterrada no chão, lembrando o casco de uma tartaruga. Ao redor, há um círculo de treze índias, algumas idosas, outras jovens, vestidas com roupas e xales coloridos e enfeitadas com colares e pulseiras de prata, turquesa e coral. A mais idosa bate um tambor, as outras cantarolam uma canção que lhe parece familiar. Uma delas lhe faz sinal para que você se aproxime e você a segue respeitosamente.

Sabendo que chegou à Casa do Conselho, onde receberá apoio e orientação, você entra na estranha construção de teto, por uma abertura, descendo por uma escada rústica de madeira. Ao descer a escada, você se percebe dentro de uma “Kiva”, a câmara sagrada de iniciação dos povos nativos. As paredes estão decoradas com treze escudos, cada um ornado de maneira diferente, com penas, símbolos, conchas e fitas coloridas. O chão de terra batida está coberto de ervas cheirosas e algumas esteiras de palha trançada. No fundo da “Kiva”, você vê duas pequenas fogueiras, cuja fumaça sai por duas aberturas no teto. Esses “fogos cerimoniais” representam os dois mundos – o material e o espiritual – e as aberturas representam os canais ou “antenas ” que permitem a percepção dos planos sutis. A fumaça representa o caminho pelo qual os pedidos de auxílio e as preces são encaminhados para o Grande Espírito.

No centro, perto de um caldeirão, está sentada a Matriarca que você veio procurar. Ajoelhe-se e exponha-lhe seu problema. Ouça, então, sua orientação sábia ecoando em sua mente. Peça, em seguida, que ela toque seu peito, acendendo assim o terceiro fogo, a chama amorosa de seu próprio coração. Sinta o calor de sua benção curando antigas feridas e dissolvendo todas as dores, enquanto a chama lhe devolve a coragem, a força, a fé e a esperança. Agradeça à Matriarca pela dádiva que lhe devolveu seu dom inato e comprometa-se a restabelecer os vínculos com a Irmandade das mulheres, lembrando e revivendo a sabedoria ancestral.

Despeça-se e volte pelo mesmo caminho, tendo adquirido uma nova consciência e a certeza de que jamais estará só, pois a Matriarca da Lunação de seu nascimento a apoiará e guiará sempre.

As Treze Matriarcas e o Legado da Mulher

Extraido do livro de Jamie Sams : “The 13 Original Clan Mothers –  editora Harper San Francisco
Publicado por Léo Artese – https://www.xamanismo.com.br/

A história das Treze Mães Originais do Clã foi passada para mim através das duas Avós Kiowa que foram minhas professoras no início dos anos 1970. Cisi Laughing Crow e Berta Broken Bow me deram um legado, sobre o qual eu deveria construir minha vida. Cisi tinha 120 anos e Berta tinha 127 anos quando eu era uma jovem de 22 anos. Ambas as avós nasceram logo após a Trilha das lágrimas, em meados do final da década de 1840, quando suas famílias, junto com muitos outros que se recusaram a se matricular e a viver em reservas viajaram para o sul, para a liberdade oferecida nas montanhas do México. Nos últimos vinte anos, o Bureau de Assuntos Indígenas do governo dos Estados Unidos tentou, sem sucesso, recuperar essas famílias, oferecendo-se para matriculá-las e trazê-las de volta para reservas nos Estados Unidos.

As tradições que foram autorizadas a viver, por causa da recusa dessas pessoas em desistir de sua conexão com a Mãe Terra,  são a base dessas histórias. Sou verdadeiramente grata pela sabedoria da medicina desta mulher e pela força que essas famílias nativas americanas levaram para esculpir novas vidas em uma terra estranha. Por causa de sua persistência, esses ensinamentos antigos ainda estão vivos hoje.

Sou muito grata por meu primeiro professor no México, Joaquin Muriel Espinosa, ter me levado para Cisi e Berta, percebendo que precisava aprender Medicina da Mulher em vez de insistir em seguir o caminho do guerreiro masculino. Sua visão abriu minha vida e meu caminho de maneiras que eu não entendia na época. Honro a grandeza de sua humildade e seu desejo pelos meus melhores interesses toda vez que vejo mulheres seguindo o caminho da medicina masculina, tornando-se confusas e às vezes aproveitando a vantagem de não terem sido treinadas para respeitar o princípio feminino em si mesmas.

Muitas outras anciãs falaram comigo das histórias da mãe do clã sobre a medicina da mulher, mas ficaram tristes que grande parte da história tenha sido perdida durante as gerações anteriores. Senti grande alegria por poder reviver a história, que de outra forma seria perdida, e compartilhar o Legado de nossa Mulher com o mundo. Como era então, e será até que nos mudemos a partir de dentro, o Legado da Mulher e a Mãe Terra está em risco. Nossos papéis femininos e masculinos na humanidade provêm das Treze Mães Originais do Clã que surgiram como aspectos da Mãe Terra e da Avó Lua, porque todas as coisas nascem do feminino.

Para me tornar uma mulher madura, que na Tradição Nativa Americana acontece por volta dos 52 anos, fui instruída a trabalhar em minha jornada pessoal desenvolvendo meus talentos e dons pessoais, usando as Treze Mães Originais do Clã como papéis modelos. Foi-me ensinado como entender a medicina de cada uma dessas avós antigas e como me relacionar como professora.

Eu tinha muitos anos pela frente antes de atingir a maioria, entretanto passei a amar essas Mães de Clãs que foram minhas Mestres Espirituais e confio em como elas falam com o meu coração. As mães dos clãs eram as professoras espirituais das anciãs, que eram minhas professoras físicas no México e ensinaram muitas lições rituais às Lojas de Medicina das Mulheres por séculos. As Treze Mães Originais do Clã representam os aspectos do que eu descobri mais bonito na mulher e no princípio feminino.

Essas mães de clãs me ensinaram a ver a beleza em minhas irmãs e irmãos de todas as raças e credos. Eles me confortaram quando eu estava cansado ou com dores e me ensinaram como me curar. As avós Cisi e Berta passaram o presente de reconhecer as Treze Originais em mim, e agora é hora de passar esse presente à Irmandade da Humanidade. Isso não quer dizer que os homens de nossa Terra não se beneficiem dessas avós, pois os homens também são os filhos que nasceram de mulher e têm um lado feminino. Agora, porém, é necessário que todas as mulheres conheçam o legado que receberam para se curarem antes de retomarem seus papéis de curar e nutrir outras. Dessa maneira, o aspecto feminino ferido nas mulheres não precisará mais ser hostil, zangado, orientada para o separatismo ou manipulando para cobrir a dor antiga. A partir desse ponto de vista, as mulheres podem então apresentar os modelos de cura que representam, levando outras através do exemplo, em vez da conquista ou competição masculina, permitindo que o mundo recupere um novo ponto de equilíbrio entre homem e mulher.

Muitos anos depois de receber essas histórias das Treze Mães Originais do Clã, percebi que esses ensinamentos eram comuns a muitas tribos e que  partes desse legado haviam sido passadas dos Black Lodges (grupo de tambores norte americano) ou Circulos de Mulheres Medicinas por centenas de anos. As Amadas Mulheres dos Cherokee, as Mães dos Clãs dos Iroqueses, as Avós ou as Guardiãs da Sabedoria Kiowa, Choctaw e muitas outras ouviram partes desse legado. Comecei a entender melhor como os Círculos de Mulheres Visionárias mantinham esse legado vivo através do compartilhamento de suas visões e sonhos.

Embora esse legado não seja de uma tribo ou nação em particular, mas tenha vindo de minhas duas professores Kiowa, ele pertence a todos os filhos da Terra. Essas histórias foram contadas em espanhol, porque  não falava kiowa. Cisi e Berta me disseram que, ao aprender as lições dos treze degraus da Roda da Mulher, haveria mais compreensão. Na verdade, os espíritos das Treze Mães dos Clãs guiaram e moldaram meu progresso pessoal como mulher nos últimos dezoito anos e continuaram a me ensinar à medida que eu crescia.

Os Doze Ciclos da Verdade em nossos Ensinamentos em Seneca foram atribuídos a meses pela simplicidade. Eu adicionei um décimo terceiro Ciclo da Verdade – Seja a Verdade – para completar a Roda de Cura das Treze Mães do Clã. Devido à diferença entre os ciclos da lua e os meses do calendário usados ​​no mundo moderno, eu me referi a um ciclo da lua caindo em um determinado mês. Como todos reconhecemos, os ciclos da lua caem em mais de um mês, mas eu escolhi adaptar a maneira mais simples de transmitir a essência de cada Mãe de Clã ao nosso modo de pensar atual. Prefiro que aqueles que seguem o calendário lunar olhem para esses ciclos e datas para o ciclo lunar correto que cada Mãe do Clã possui.

A concha da Tartaruga nos mostra que a Mãe Terra nos deu o primeiro calendário lunar. O círculo emoldurado no centro da concha tem treze partes e é representativo das Treze Mães Originais do Clã e sua tutela dos treze ciclos lunares. A Tartaruga Sagrada é o corpo da Mãe Terra e, como a concha da Tartaruga protege seu corpo, as Treze Mães do Clã e seus ciclos lunares, retratados em sua concha, protegem o Planeta Mãe e todas as coisas vivas. É através da conexão com esses ritmos e ciclos que essa história não pode ser considerada uma lenda tradicional específica de uma tribo, mas posso garantir que é a Medicina da Mulher reunida em todos os lugares em que o lembrete era realizada pela Avó Guardiã da Sabedoria.

Por dezoito anos, minha conexão com a Medicina das Treze Mães Originais do Clã cresceu dentro de mim. Cada nova lição apresentada pelas Treze Mães do Clã foi acrescentada ao meu entendimento e forjou as trilhas para o meu crescimento pessoal. Essas Histórias e Tradições da Medicina estão sempre distantes dos seres humanos em todos os lugares, para que possamos continuar sonhando o sonho e dançando a Dança da Criação, trazendo paz interior e, portanto, paz mundial.

  Barbara Wright

 Ilustration By Barbara Wright

O início do legado da mulher

Após a destruição pelo fogo que encerrou o Primeiro Mundo do Amor, as Treze Mães Originais do Clã foram criadas como os aspectos curativos da Avó Lua e da Mãe Terra, representando tudo o que é belo na Mulher. Como parte do Sonho Original, as Treze Mães Originais do Clã vieram caminhar pela Terra, formando a Irmandade que unia todas as mulheres como contrapartes sonhadoras, a fim de manifestar o Sonho Original da Totalidade no plano físico. Essas sementes da paz interior foram plantadas no coração do lado feminino de todo ser humano. Hoje, esse Sonho Original da Totalidade está sendo nutrido no coração das mulheres em todo o mundo e está sendo gerado através de suas visões compartilhadas, ao abrirem seus sonhos à luz do amor e construírem esses sonhos de forma tangível.

Durante a realização deste Legado do Sonho de Mulher, os sentimentos que precisariam ser compartilhados entre as mulheres para que a Tribo Humana se curasse foram selados nas lágrimas da Mãe Terra. Essas lágrimas foram o remédio que transformaria a dor criada quando o Primeiro Mundo do Amor foi destruído pela ganância. Os corações da tribo humana haviam sido feridos e, daquelas feridas profundas e irregulares, o medo e separação estavam nascendo.

Os Filhos de duas pernas da Terra (humanidade) não confiavam mais um no outro e temiam que tivessem sido abandonados pelo Grande Mistério e pela Mãe Terra. Foi por essa razão que nasceu o amor e a compaixão da mulher.

Foi então necessário que os aspectos femininos da Mãe Terra fossem retirados do Tempo dos Sonhos e permitidos andar no plano físico para que as mulheres humanas ocupassem seus lugares como nutridoras e Mães da Fonte Criativa. A totalidade da mulher que tinha suas raízes no Mundo Espiritual e estava conectada à Terra através dos Círculos de Sonho das mulheres, nasceu no mundo físico para cumprir a promessa de cura. Esta cura das feridas da Tribo da Terra continuará até que o Sonho Original da Mãe Terra seja restaurado no mundo tangível. Paz e harmonia perfeitas, respeito por todas as coisas vivas, amor sem condições, verdade como orientação última e igualdade para todos são apenas algumas das partes do Sonho Original da Totalidade.

A cura começa a ocorrer em nosso planeta mãe através deste original Conselho das Mulheres, criando o Legado da Mulher e permitindo que todas as mulheres encontrem seus papéis no processo de cura dos Filhos da Terra. Foi através dessas Treze Mães de Clã que a verdade da cura foi descoberta: quando nós nos curamos, outros são curados. Quando nutrimos nossos sonhos, damos nascimento aos sonhos da humanidade. Quando andamos como aspectos amorosos da Mãe Terra, nos tornamos as Mães férteis e vivificadoras da Força Criativa. Quando honramos nosso corpo, nossa saúde e nossas necessidades emocionais, abrimos espaço para que nossos sonhos se realizem. Quando falamos a verdade de nossa cura permitimos que a vida abundante continue em nosso planeta.

Treze Luas passam toda vez que a Mãe Terra completa uma rotação em torno do Avô Sol. Treze é o número da transformação (embora tenha sido difamado por muitas filosofias cheias de medo). A cada ano, um ciclo de transformação no processo de crescimento e cura dos filhos da Mãe Terra ocorre. Esses ciclos de cura e iluminação trazem à tona os aspectos poderosos do princípio feminino toda vez que a Avó Lua fica cheia.

Desde o início, quando as formas de vida vieram habitar a Terra, havia apenas uma grande massa terrestre. Essa massa terrestre foi originalmente chamada de Ilha da Tartaruga porque a Tartaruga era e é a criatura mais fértil da Terra. As duas pernas receberam a missão de preservar a fertilidade da Mãe Terra, que supriria todas as suas necessidades se honrassem o Espaço Sagrado de todos os seres vivos no mundo físico. Quando essa missão foi negligenciada, com a ganância fazendo com que os humanos do Primeiro Mundo estuprassem mulheres e roubassem ouro do corpo da Mãe Terra, o feminino foi contaminado. As Treze Mães Originais dos Clãs ainda não haviam se manifestado, mas eram as Guardiãs Espirituais do Mundo de preservar a fertilidade da Mãe Terra.

Foi durante esse período de muita dor que as Mães dos Clãs passaram o legado de honrar a mulher e preservar a Mãe Terra para a humanidade. Como essas Mães do Clãs vieram andar no plano físico, elas construíram uma Casa do Conselho em forma de Tartaruga para lembrar todas as mulheres de que, para que os Filhos da Terra sobrevivessem, as mulheres teriam que honrar a si mesmas e à sua verdadeira Mãe.  Esses Antepassados ​​Espirituais da humanidade vieram caminhar pela Terra para entender e desenvolver suas medicinas, os pontos fortes que eles precisavam para enfrentar e superar os desafios de ser humano.

As Treze Mães Originais dos Clãs decidiram criar laços de Irmandade que uniriam todas as mulheres como uma. Esta Irmandade foi baseada em um vínculo de sangue que marcou os ciclos de fertilidade nas mulheres. Esses ciclos de fertilidade ocorrem em ciclos lunares de vinte e oito dias entre o sangramento. Até hoje, as mulheres que vivem, sonham ou oram juntas terão seus ciclos de tempos de lua ou menstrual, ao mesmo tempo, para que seus úteros se abram simultaneamente, permitindo que os sonhos da humanidade sejam plantados dentro e depois nutridos como um grupo.

Toda mulher tem o potencial de gerar os sonhos da Irmandade, quer ela possa dar à luz ou não. O espaço do útero é o ponto de equilíbrio da gravidade na forma humana e o local de poder do reino físico encontrado dentro do corpo. As mulheres que tiveram seus úteros removidos podem dar à luz seus sonhos e projetos sem ter os órgãos físicos. A Irmandade acolhe todas as mulheres que aceitam os papéis que honrarão igualmente todas as mulheres e que contribuirão com seus talentos para o todo. As meninas se tornam mulheres e fazem parte desta Irmandade, com o fluxo de seu primeiro Tempo de Lua. Essas jovens marcam seus Ritos de Passagem para a Irmandade, tornando-se Mães da Fonte Criativa. Em outras palavras, como as moças são educadas quanto ao seu papel de mulher, elas também contribuem para o ciclo de nascimento dos sonhos que moldarão o futuro do nosso planeta. A Irmandade é responsável por ensinar Medicina da Mulher às moças antes que elas acasalem e dêem à luz à seus próprios filhos.

Por meio dos ritos de passagem e da educação das jovens, o Legado da Mulher é então firmemente estabelecido nos corações e mentes das gerações futuras. Então, os velhos padrões de família e disfunção planetária podem ser curados. Esses eram os objetivos originais da Irmandade trazidos à humanidade durante a Idade do Gelo que se seguiu à destruição do Primeiro Mundo pelo fogo. A partir daquele primeiro Conselho da Casa da Tartaruga, todos os círculos, rodas, sociedades e clãs de mulheres deram à luz. As Tendas de Medicina, Círculos de Sonho, Totem Clãs, Irmandades e todos os aspectos da honra à Mãe Terra vieram dessas Treze Mães Originais dos Clãs. Essas Mães de Clãs não eram de nenhuma raça específica, nem possuíam sistemas de crenças particulares que pudessem limitar a humanidade. Eles foram as mães de todas as raças e os aspectos curativos da mulher que deram à luz o potencial curativo agora presente em nosso planeta. Os sistemas de conhecimento que eles representam são os fundamentos da verdade que permitem que todas as mulheres sejam as guardiãs do sonho da humanidade de alcançar a totalidade.

Quando essas duas verdades foram passadas para mim, no meu vigésimo segundo ano de vida, pelas minhas duas professoras, perguntei à avó Cisi por que a raça vermelha recebeu a história das Treze Mães Originais dos Clãs. Ela me disse que a raça vermelha recebeu a Guardiã da Medicina da Terra e os mistérios da Mãe Terra. A avó Berta explicou que muitas peças do quebra-cabeça da Irmandade eram mantidas por mulheres sábias de todas as raças, mas como essas verdades começaram a ser quase esquecidas como tradição mudadas e eras passaram.

O projeto da primeira Roda de Cura da Irmandade foi passado oralmente pelas Tendas Negras, Tendas da Lua e Sociedades de Mulheres Medicina para que o Legado da Mulher sobrevivesse. A roda original das Mães dos Clãs era baseada nas treze luas do ano e tinha doze posições ao redor da roda, com a décima terceira no centro.

A Roda de Cura das Treze Mães Originais do Clã é baseada no credo de “Vida, Unidade e Igualdade para a Eternidade”. A vida está no leste da Roda da Medicina, onde o dia nasce com o nascer do sol do avô. A vida no Leste nos ensina que cada novo Sol anuncia um novo começo quando a vida é abundante, nos pedindo para participar usando todas as nossas habilidades. A união é no sul (Norte para o Hemisfério Sul), onde fé, confiança, inocência e humildade começam a caminhada terrestre da vida física e onde todos vemos como crianças. No sul, a Unidade nos ensina que, a menos que todos ganhem, ninguém ganha. A igualdade está oeste da roda, onde todos os nossos sonhos nascem e todas as nossas promessas de amanhã vivem. A igualdade no Oeste nos ensina que nossos sonhos só se manifestarão no futuro se honrarmos a igualdade de todas as formas de vida. A eternidade fica no Norte (Sul no Hemisfério Sul) da Roda de Cura, o lugar da sabedoria, e nos ensina que todos os ciclos de mudança e todas as lições da verdade continuarão ao longo do tempo. Toda lição de crescimento nos aproxima da totalidade, ensinando que nosso espírito é para sempre parte do Grande Mistério por toda a eternidade.

Cada uma das Treze Mães Originais do Clã mantém parte do fundamento da verdade no Legado da Mulher. Esses talentos e habilidades são tecidos dos mistérios ocultos da avó Lua e são refletidos através Mãe Terra na personificação física da mulher. Cada aspecto das Treze Mães de Clã carrega uma parte da verdade e corresponde às treze luas do ano. 

  • A primeira lua deu origem à capacidade de aprender a verdade e aplicou esse talento a todas as relações, todos os mundos e todos os mistérios.
  • A segunda lua trouxe o dom de honrar a verdade e aplicou esse talento ao autodesenvolvimento.
  • A terceira lua deu origem à capacidade de aceitar a verdade e temperou essas lições ao assumir responsabilidades adicionais de justiça; autodeterminação; e equilíbrio.
  • A quarta lua criou a capacidade de ver a verdade em todos os reinos através de sonhos, impressões e profecias.
  • A quinta lua deu à luz o talento de ouvir a verdade nos reinos físico e espiritual, entendendo a harmonia através da escuta.
  • A sexta lua trouxe o talento de falar a verdade e com ela trouxe as lições de fé e de falar com humildade.
  • A sétima lua gerou a capacidade de amar a verdade em todas as coisas; portanto, amar todas as coisas pela verdade contida no interior.
  • A oitava lua gerou o talento de servir a verdade prestando serviço aos outros em todas as artes da cura.
  • A nona lua trouxe o dom de viver a verdade, ensinando a confiabilidade ao viver a verdade hoje, a fim de preservar o amanhã para as gerações não nascidas.
  • A décima lua deu à luz o talento de trabalhar com a verdade, usando todos os aspectos da criatividade para trazer a verdade à manifestação física de uma maneira criativa.
  • A décima primeira lua teceu a capacidade de andar na verdade, mostrando como liderar através do exemplo, como permanecer alto e “Walk Your Talk”.(andar na sua fala, fazer o que fala)
  • A décima segunda lua deu à luz o talento de agradecer a verdade, baseando-se em agradecer por tudo o que é recebido. Expressando nossa gratidão criou todas as cerimônias ligadas à doação ou revivência de lições e recompensas abundantes da vida.
  • A décima terceira lua apareceu para dar o presente de se tornar a verdade que é o ciclo de transformação; a regeneração da natureza, da conclusão que então se move para um novo começo, para entrar no próximo ciclo de crescimento. A partir desses aspectos da verdade, as Treze Mães Originais dso Clãs forjaram a Irmandade e o Legado da Mulher.

Toda as Mãe dos Clãs vieram andar pela Terra para honrar o Legado da Mulher e fortalecer a Irmandade. Quando cada uma dessas avós antigas levou sua renda no Conselho da Irmandade, recebeu uma missão. Cada uma deveria desenvolver todos os aspectos de seus dons e habilidades para descobrir seu próprio remédio. Este medicina seria então aberta a toda a humanidade através da confecção do Escudo de Medicina da avó. Toda mulher que buscava a verdade dessas medicinas podia entender o porquê cada Escudo de Medicina falava com seu coração em busca de cores, formas e conceitos. O mistério do Escudo de Medicina de cada Mãe de Clã teria que ser sentido profundamente dentro de cada fêmea de Duas Pernas antes que a medicina pudesse ser chamada de força durante a jornada pessoal de autodescoberta de cada mulher.

Como as avós antigas que haviam percorrido os caminhos da descoberta do Eu antes delas, as gerações seguintes de mulheres nunca receberam as respostas, mas apenas um mapa, uma orientação, permitindo que expressassem sua própria singularidade e aprendessem suas próprias lições. à sua maneira. Os Escudos de Medicina originais dessas Avós desapareceram há muito, mas a Medicina ainda permanece em unidade. Como luz guia da Irmandade, os espíritos dessas avós antigas ainda estão sentadas no Conselho, no interior da Terra, com a luz do seu sonho giratório do arco-íris chegando como Aurora Boreal.

Os presentes que cada lua e cada Mãe do Clã representam contêm as habilidades de cada uma, bem como ela aprendeu as lições da vida física, usando seus presentes para estarem em equilíbrio e enfrentar os desafios que enfrentaram. A lição que ainda permanece diante das mulheres de hoje é uma que foi entendida no coração de toda avó antiga. Essa lição é exemplificada por “Vida, Unidade e Igualdade à Eternidade. A Irmandade foi formada para que a humanidade pudesse ver todos os aspectos do ser iguais, todos os talentos masculinos e femininos, contribuindo para o todo. Somos convidados a honrar os dons da humanidade e a invocar a força de nossas irmãs para descobrir a nós mesmos. O círculo se encherá quando todo ser humano puder ver a beleza dentro do Eu, assim como em todos os outros. A transmutação da competição, separação, hierarquia, ciúme, inveja, manipulação, controle, egoísmo, ganância, dependência, velhas feridas e justiça própria deve ser realizada antes que cheguemos à totalidade. Essas atitudes são inimigas da humanidade e são encontradas dentro do Eu das Sombras, e não fora de nós mesmos.

À medida que mais mulheres desempenham seus papéis no mundo moderno das corporações e negócios, muitas vezes se veem perdendo contato com o feminino. Isso é quase esperado, já que a força de trabalho corporativa é dominada pelos homens. Os modelos das antigas mães de clã podem ajudar essas mulheres modernas a manter seu senso de si e permitir que elas se tornem líderes através do exemplo, e não através da competição, punição ou conquista.

O desafio de alcançar esses objetivos depende da força da Irmandade. As mulheres devem apoiar outras mulheres de uma maneira que permita que aquelas que escolheram caminhos difíceis para encarar invoquem suas irmãs, mantendo a compreensão de quem são e do que podem se tornar. Neste princípio, também podemos apoiar o desenvolvimento do aspecto feminino em nossos colegas do sexo masculino e depois transmitir o legado de totalidade a todos os nossos filhos.

A atemporalidade da Medicina que cada Mãe dos Clãs Original possui se aplicará ao nosso mundo, não importa quantas gerações passem, porque essas verdades são eternas. Nós somos as mães da fonte criativa. O aspecto fértil de nossa natureza vem da capacidade de nutrir a verdade encontrada em nossos sonhos e alimentá-los, dando-lhes vida, e depois construindo sonhos no mundo físico. Depois que esses sonhos nascem, somos capazes de compartilhar as habilidades necessárias para que outras pessoas façam o mesmo. Isso faz parte da sabedoria atemporal que nossas avós sábias da Casa do Conselho da Tartaruga nos oferecem.

Em cada aspecto das Treze Originais, encontramos uma parte do Legado da Mulher que alimentará o fogo de nossas criações pessoais e unificadas. Compartilhar essa sabedoria com nossos colegas e filhas é homenagear a cerimônia chamada Doar. A Doação nos ensina a compartilhar a sabedoria que foi compartilhada conosco, transmitindo-a para que, por toda a eternidade, os Ensinamentos, Tradições e Medicina vivam.

O legado da mulher e os laços da irmandade nunca serão quebrados, embora alguns seres humanos insistam em permanecer fora desse círculo de amor e compaixão. Aqueles que estão do lado de fora não devem ser odiados ou evitados. Eles são os Filhos da Tristeza que nunca conheceram sua verdadeira mãe. Eles são o produto de famílias separadas, cheias de disfunções, incapazes de quebrar as correntes que as prendem à dor. Seus corações, que parecem endurecidos; nunca conheceram a segurança de lágrimas transformadoras, braços amorosos e cura suave. Esses filhos da dor e da tristeza provêm de uma ferida tão profunda que a única vida que eles conhecem é aquela em que devem defender seus pontos de vista, porque temem ser indignos de amor.

A Mãe Terra ama os feridos, assim como eles violam seu corpo e reivindicam bens materiais para afirmar seu direito de ser. Ela lhes oferece amor e descanso. Então, ela oferece curar seus olhos que não podem ver, seus ouvidos que não podem ouvir e seus corações que não conseguem entender. As águas da Mãe Terra se oferecem para lavar as memórias de angústia e pesar pessoal contidas nos corações humanos. Ouvimos a voz da nossa Mãe Terra através do nosso lado feminino. As mulheres estão sendo oferecidas uma oportunidade de se tornarem extensões vivas de seu amor, curando a si mesmas. Como seres humanos curados, podemos nos tornar bolsões de segurança onde outros, ainda feridos, podem procurar as ferramentas para encontrar seus próprios caminhos para se curar.

Como mulheres, estamos continuamente escrevendo a história do Legado da Mulher. Não podemos apontar o dedo para os homens ou para os outros sem sofrer a dor das gerações passadas que se esqueceram de como dar ou ensinar a compaixão humana. Nossas próprias árvores genealógicas estão repletas de situações de ensino e de exemplos trágicos que podem ter cegado nossos próprios antepassados ​​ao valor da verdade, tal como se encontra no amor. Agora, o destino da totalidade da raça humana falha para a Irmandade, porque todas as coisas nascem da mulher.

As Treze Mães Originais dos Clãs estão aqui para nos ensinar como nos tornarmos nossas visões e como curar uma à outra, bem como ao nosso mundo. As mulheres que completaram todas as lições desta Roda da Medicina da vida foram chamadas mulheres sábias, mulheres santas, santos ou deusas e receberam mil nomes diferentes. Essas mulheres plenamente realizadas apareceram em um milhão ou mais de papéis ao longo do tempo e, no entanto, toda mulher viva é um modelo em potencial para a humanidade. As mulheres que foram reconhecidas como modelos nasceram todas da Mãe Terra e aprenderam as lições de seus treze aspectos, as Treze Mães Originais dos Clãs. Todas são avós antigas, que teceram as teias de nosso mundo atual para libertar seus filhos da noite escura da alma. Eles são eternas e oferecem sua força a cada um de nós, mulheres e homens, no espírito da verdade e em nome do amor.

Todos nós, como seres humanos de duas pernas da Terra, somos convidados a retornar à Antiga Loja das Tartarugas, que existe dentro da concha do Ser, a fim de descobrir e redescobrir os talentos que possuímos. A fertilidade de nossa Mãe Terra e todas as nossas relações dependem de como nos curamos. Depois de curados, é nossa tarefa criar novos mapas de como usar a energia que gastamos com preocupações, pressas, dores, tristezas e conflitos, a fim de criar um mundo unificado de paz. Descobrimos a essência do verdadeiro desejo de paz de nossa mãe quando o h é movido do final da palavra Terra (EARTH)para a frente, soletrando Coração.(HEARTH).

Similar Posts