Mitologia Feminina Para Práticas e Estudos do Caminho Sagrado Feminino Uncategorized

Deusas da Mitologia no Brasil

DEUSAS BRASILEIRAS

Fonte: http://flavyr.blogspot.com.br/
O Brasil é o país que concentra um grande número de pessoas que cultuam uma das manifestações da Grande Mãe, como Iemanjá, a Deusa das Águas, Senhora do Mar.
 Só perde para a Índia, onde inúmeras deusas são cultuadas até hoje.
Anualmente, às vésperas do Ano Novo e no dia dois de fevereiro, milhões de pessoas levam suas oferendas e orações para as praias brasileiras, ou saem em procissões marítimas ou fluviais, similares às antigas cerimônias egípcias e romanas.
Apesar da devoção brasileira a Iemanjá, seu culto não é nativo, ele foi trazido ao Brasil no século XIII pelos escravos da nação ioruba.
Yemojá ou YéYé Omo Ejá, a “Mãe cujos filhos são peixes”, era o orixá dos Egbá, a nação ioruba estabelecida outrora perto do rio Yemojá, no antigo reino de Benin.
 Devido a guerras, os Egbá migraram e se instalaram às margens do rio Ogun, de onde o culto a Iemanjá foi trazido pelos escravos para o Brasil, Cuba e Haiti.
Nesses países, Iemanjá passou a ser venerada como a “Rainha do Mar”, orixá das águas salgadas, apesar de sua origem ter sido “o rio que corre para o mar”, sua saudação sendo Odo-Yiá, que significa “Mãe do Rio”.
Analisando os nomes Ya / man / Ya e Ye / Omo / Ejá conforme a “Lei de Pemba” – a grafia dos orixás, postulada pela Umbanda, encontram-se os mesmos vocábulos sagrados que significam “Mãe das águas, Mãe dos filhos da água (peixes) e Mãe Natureza”.
Iemanjá é considerada o princípio gerador receptivo, a matriz dos poderes da água, a representação do eterno e Sagrado Feminino.
 Portanto, Iemanjá personifica os atributos da Grande Mãe, de padroeira da fecundidade e da gestação, inspiradora dos sonhos e das visões, protetora e nutridora, mãe que sustenta, acalenta e mitiga o sofrimento dos seus filhos de fé.
No entanto, por mais que Iemanjá seja reconhecida e venerada no Brasil, ela não representa a Mãe Ancestral nativa, que tenha sido cultuada pelas tribos indígenas antes da colonização e da chegada dos escravos.
Infelizmente, pouco se sabe a respeito das divindades e dos mitos tupi-guarani. A cristianização forçada e a proibição pelos jesuítas de qualquer manifestação pagã, destruiu ou deturpou os vestígios de Tuyabaé-cuáa, a antiga tradição indígena, a sabedoria dos velhos pajés.
Segundo o escritor umbandista W.W. da Matt, a raça vermelha original tinha alcançado, em uma determinada época distante, um altíssimo patamar evolutivo, expresso em um elaborado sistema religioso e filosófico, preservado na língua-raiz chamada Abanheengá, da qual surgiu Nheengatu, origem dos vocábulos sagrados dos dialetos indígenas.

Com o passar do tempo, a raça vermelha entrou em decadência e, após várias cisões, seus remanescentes se dispersaram em diversas direções.
Deles se originaram os tupi-nambá e os tupi-guarani, que se estabeleceram em vários locais na América do Sul.
As concepções do tronco tupi eram monoteístas, postulando a existência de uma divindade suprema, um divino poder criador (Tupã) que se manifestava por intermédio de Guaracy (Sol) e Yacy (Lua) que, juntos, geraram Rudá (Amor) e, por extensão, a humanidade.
O culto a Guaracy era reservado aos homens, que usavam os tembetá, amuletos labiais em forma de T, enquanto as mulheres veneravam Yacy e Muyrakitã, uma deusa das águas, e usavam os amuletos em forma de batráquios e felinos, pendurados no pescoço ou nas orelhas.

Guaracy era a manifestação visível e física do poder criador representado pelo Sol. Apesar deste astro ser considerado o princípio masculino na visão dualista atual, a análise dos vocábulos nheengatu do seu nome revela sentido diferente. Guará significa “vivente”, e cy é “mãe”, o que formaria a “Mãe dos seres viventes”, a força vital que anima todas as criaturas da natureza, a luz que cria a vida animal e vegetal.
Também em outras tradições e culturas (japonesa, nórdica, eslava, báltica, australiana e norte americana), o Sol era considerado uma Deusa, o que nos faz deduzir que, para os tupi, a vida e a luz solar provinham de uma Mãe – Cy – que só mais tarde foi transformada em Pai.
Yacy era a própria Mãe Natureza, seu nome sendo composto de Ya (senhora) e Cy (mãe), a senhora Mãe, fonte de tudo, manifestada nos atributos da Lua, da água, da natureza, das mulheres e das fêmeas.
Cy – ou Ci – representa, portanto, a origem de todas as criaturas, animadas ou não, pois tudo o que existe foi gerado por uma mãe que cuida da sua preservação, do nascimento até a morte. Sem Cy (mãe), não há nem perdura a vida, pois ela é a Mãe Natureza, o principio gerador e nutridor da vida.
Na língua tupi existem váris nomes que especificam as qualidades maternas: Yacy, a Mãe Lua; Amanacy, a mãe da chuva; Aracy, a mãe do dia, a origem dos pássaros; Iracy, a mãe do mel; Yara, a mãe da água; Yacyara, a mãe do luar; Yaucacy, a mãe do céu; Acima Ci, a mãe dos peixes; Ceiuci, a mãe das estrelas; Amanayara, a senhora da chuva; Itaycy, mãe do rio da pedra, e tantas outras mães – do frio e do calor, do fogo e do ouro, do mato, do mangue e da praia, das canções e do silêncio.
As tribos indígenas conheciam e honravam todas as mães e acreditavam que elas geravam seus filhos sozinhas, sem a necessidade do elemento masculino, atribuindo-lhes a virgindade – o que também em outras culturas simbolizava sua independência e auto-suficiência.
Em alguns mitos e lendas, as virgens eram fecundadas por energias luminosas em forma de animais (serpente, pássaro, boto), forças da natureza (chuva, vento, raios), seres ancestrais ou divindades.
A explicação da omissão, na mitologia indígena, do elemento masculino na criação era o desconhecimento do papel do homem na geração da criança, além do profundo respeito e reverência pelo sangue menstrual que, ao cessar “milagrosamente”, se transformava em um filho.
Somente pela interferência dos colonizadores europeus e pela maciça catequese jesuíta que, na criação do homem, o pai assumiu um papel preponderante, o filho tornou-se o segundo na hierarquia, salvador da humanidade – como Jurupary, e à Mãe coube apenas a condição de virgem. Porém, apesar do zelo dos missionários para erradicar os vestígios dos cultos nativos da cultura indígena e dos escravos, muitas de suas tradições sobrevivem nas lendas, nos costumes folclóricos, nas práticas da pajelança e encantaria que estão ressurgindo, cada vez mais atuantes, saindo do seu ostracismo secular.

Um outro arquétipo da Mãe Ancestral é descrito no mito amazônico da Boiúna, a Cobra Grande, dona das águas dos rios e dos mistérios da noite. Apresentada como um monstro terrível que vive escondido nas águas escuras do fundo do rio e ataca as embarcações e pescadores, a Boiúna ou Cobra Maria é, na verdade, a Face Escura da Deusa, a Mãe Terrível, a Ceifadora, que tanto gera a vida no lodo como traz a morte, no eterno ciclo da criação, destruição, decomposição e transformação.Outro aspecto da Mãe Escura é Caamanha, a “Mãe do Mato”, que protege as florestas e os animais silvestres, e pune, portanto, os desmatamentos, as queimadas e a violência contra a Natureza.
Pouco conhecida, ela foi transformada em dois personagens lendários: Curupira e Caapora.


Descritos como seres fantasmagóricos, peludos, com os pés voltados para trás, às vezes com um aspecto feminino, são os guardiões das florestas, que levavam os caçadores e invasores do seu habitat a se perderem nas matas, punindo-os com chicotadas, pesadelos ou até mesmo a morte.
Nas lendas guarani relata-se a aparição da “Mãe do Ouro”, que surge como uma bola de fogo ou manifesta-se nos trovões, raios e ventos, mostrando a direção da mudança do tempo.Em sua representação antropomórfica, ela torna-se uma linda mulher que reside em uma gruta no rio, rodeada pelos peixes e de onde se estende nos ares como raios luminosos, ou então surge na forma de uma serpente de fogo, punindo os destruidores das pradarias.
Em sua versão original, ela era considerada a guardiã das minas de ouro, que seduzia os homens com seu brilho luminoso, afastando-os das jazidas.
Seu mito confunde-se com o do Boitatá, uma serpente de contornos fluídicos, plasmada em luz com dois imensos olhos, guardando tesouros escondidos, reminiscência dos aspectos punitivos da Mãe Natureza, defendendo e protegendo suas riquezas.
A deturpação cristã do mito punitivo pode ser vista na figura da “Mula sem Cabeça”, metamorfose da concubina de padre, que assombra os viajantes nas noites de sexta-feira (dia dedicado, nas culturas pagãs, às deusas do amor, como Astarte, Afrodite, Vênus, Freyja) e do Teiniágua, lagarto encantado que se transforma em uma linda moça para seduzir os homens, desviando-os dos seus objetivos.

Quanto ao significado de Muyrakitã, devemos decompor seu nome em vocábulos para compreender sua simbologia feminina: Mura – mar, água; Yara – senhora, deusa; Kitã – flor. Podemos então interpretá-lo como “A deusa que floriu das águas” ou “A Senhora que nasceu do mar”.
 Esta divindade aquática, considerada a filha de Yacy, era reverenciada pelas mulheres que usavam amuletos mágicos chamados ita-obymbaé, confeccionados com argila verde, colhida nas noites de Lua Cheia no fundo do lago sagrado Yacy-Uaruá (“Espelho da Lua”), morada de Muyrakitã.

Esses preciosos amuletos só podiam ser preparados pelas ikanyabas ou cunhãtay, moças virgens escolhidas desde a infância como sacerdotisas do culto de Muyrakitã – vetado aos homens.
 Nas noites de Lua Cheia, as cunhãtay, devidamente preparadas, esperavam que Yacy espalhasse sua luz sobre a superfície do lago e, então, mergulhavam à procura da argila verde.
 A preparação das virgens incluía jejum, cânticos e sons especiais, além da mastigação de folhas de jurema, uma árvore sagrada que contém um tipo de narcótico que facilitava as visões.
 Enquanto as cunhãs mergulhavam, as outras mulheres ficavam nas margens do lago entoando cânticos rítmicos ao som dos mbaracás.
 Depois de “recebida” a argila das mãos da própria Muyrakitã, ela era modelada em discos com formato de animais, sendo deixado um pequeno orifício no centro.
Em seguida, todas as mulheres realizavam encantamentos mágicos, invocando as bênçãos de Muyrakitã e Yacy sobre os amuletos, até que Guaracy, o Sol, nascia, solidificando a argila com seus raios.
Esses amuletos, que ficaram conhecidos com o nome de muiraquitã, tinham cor verde, azul ou cor de azeitona e eram usados no pescoço ou na orelha esquerda das mulheres.
Acreditava-se que eles conferiam proteção material e espiritual e que podiam ser utilizados para prever o futuro, nas noites de Lua Cheia, depois de submersos na água do mesmo lago e colocados na testa das cunhãs, invocando-se as bênçãos de Yacy e Muyrakitã.
O muiraquitã é conhecido como um talismã zoomorfo, geralmente em forma de sapo, peixe, serpente, tartaruga ou de felinos, talhado em pedra, bem polido, ao qual se atribuíam poderes mágicos e curativos.
Foram encontrados vários deles na área do baixo Amazonas, entre as bacias dos rios Trombetas e Tapajós, sendo chamados de “pedras verdes das Amazonas”.
Poderia ser uma confirmação do mito das Amazonas ou Ycamiabas, as “mulheres sem homens”, como foram chamadas pelo padre Carvajal, da expedição de Francisco de Orellana, em 1542.
 Os relatos as descrevem como mulheres altas, belas, fortes e destemidas, longos cabelos negros, trançados, tez clara, que andavam despidas e utilizavam com maestria o arco e a flecha para guerrear e caçar.
Diz a lenda que elas escolhiam anualmente homens para serem os pais de seus filhos, presenteando-os com muiraquitãs.
Outras fontes afirmam que elas usavam ornamentos de pedras verdes esculpidos em forma de animais como objetos de troca com visitantes ou tribos vizinhas.
Os missionários atribuíam aos índios tapajós a origem dos muiraquitãs, mas eles eram apenas seus portadores, não os fabricantes, exibindo-os como símbolos de poder ou riqueza, ou ainda como compensação na realização de ritos fúnebres, nas cerimônias de casamento ou para selar alianças e acordos de paz entre as tribos.
Ocultos em mitos, lendas e crenças, existem ainda muitos resquícios das antigas tradições e cultos indígenas.
Descartando as sobreposições e distorções cristãs e literárias, poderemos resgatar a riqueza original das diversas e variadas apresentações da criadora ancestral brasileira, Mãe da natureza e de tudo o que existe, que existiu e sempre existirá.
Cabe aos estudiosos e pesquisadores atuais desvendar os tesouros históricos do passado indígena brasileiro, com isenção de ânimo e sem distorções, em uma sincera dedicação e lealdade à verdade original, para oferecer às nossas mentes as provas daquilo que os nossos corações femininos sempre souberam, ou seja, “que a Terra é a nossa Mãe, que nos tempos antigos os seres humanos veneravam e oravam para uma Criadora, que abria os portais da vida e da morte, cujos templos eram a própria Natureza, que somos todos irmãos por sermos seus filhos, interligados por fazermos parte da teia da Sua Criação”.
Panteão indígena Brasileiro:

 Nhanderu e a roda dos mundos

Nhanderu também chamdo de Iamandu (o deus sol) cuja expressão é Tupã (trovão) junto com Araci tambem chamada iaci ou jaci (a deusa lua) são as duas primeiras entidades do Edhen a cruzar a barreira com paradísia na América do Sul num lugar descrito como um Monte na região do Aregúa (paraguai). E de lá criaram os animais, plantas da américa do sul e as primeiras criaturas místicas , iniciando o povoamento de paradía.

Nhenderu criou Rupave e Sypave em uma cerimônia elaborada, formando estátuas de argila do homem e da mulher com uma mistura de vários elementos da natureza. Depois de soprar vida nas formas humanas, deixou-os com os espíritos do bem e do mal. Rupave e Sypave (“Pai dos povos” e “Mãe dos povos”) tiveram três filhos e um grande número de filhas. O primeiro dos filhos foi Tumé Arandú, considerado o mais sábio dos homens e o grande profeta do povo Guarani. O segundo filho foi Marangatu, um líder generoso e benevolente do seu povo, e pai de Kerana, a mãe dos sete montros legendários do mito Guarani. Seu terceiro filho foi Japeusá, que foi, desde o nascimento, considerado um mentiroso, ladrão e trapaceiro, sempre fazendo tudo ao contrário para confundir as pessoas e tirar vantagem delas. Ele eventualmente cometeu suicídio, afogando-se, mas foi ressucitado como um caranguejo, e desde então todos os caranguejos foram amaldiçoados para andar para trás como Japeusá.

Mito guarani da criaçãoA figura primária na maioria das lendas guaranis da criação é Iamandu (ou Nhanderu ou Tupã), o deus Sol e realizador de toda a criação. Com a ajuda da deusa lua Araci, Tupã desceu à Terra num lugar descrito como um monte na região do Aregúa, Paraguai, e deste local criou tudo sobre a face da Terra, incluindo o oceano, florestas e animais. Também as estrelas foram colocadas no céu nesse momento.

Tupã então criou a humanidade (de acordo com a maioria dos mitos Guaranis, eles foram, naturalmente, a primeira raça criada, com todas as outras civilizações nascidas deles) em uma cerimônia elaborada, formando estátuas de argila do homem e da mulher com uma mistura de vários elementos da natureza. Depois de soprar vida nas formas humanas, deixou-os com os espíritos do bem e do mal e partiu.

Nhanderuvuçú é considerado Deus supremo na religião primitiva dos índios brasileiros.

Nhanderuvuçú não tem forma humana a chamada forma antropomórfica, é a energia que existe, sempre existiu e existirá para sempre, portanto Nhanderuvuçú existe mesmo antes de existir o Universo.

A única realidade que sempre existiu, existe e existirá para sempre é a energia a qual os índios brasileiros identificam como Nhanderuvuçú.

No princípio ele criou a alma, que na língua tupi-guarani diz-se “Anhang” ou “añã” a alma; “gwea” significa velho(a); portanto anhangüera “añã’gwea” significa alma antiga.

Nhanderuvuçú criou as duas almas e, das duas almas (+) e (-) surgiu “anhandeci” a matéria.

Depois ele disse para haver lagos, neblina, cerração e rios.

Para proteger tudo isso, ele criou Iara.

Nhanderuvuçú criou também Caaporã o protetor das matas por si só nascidas e protetor dos animais que vivem nas florestas, nos campos, nos rios, nos oceanos, enfim o protetor de todos os seres vivos.

Caaporã quando é evocado para proteger as plantas plantadas junto aos roçados dos índios é chamado por eles de forma carinhosa com o cognome de Ceci.

Caaporã em língua tupi-guarani significa “boca da mata “Caa = boca e Porã = mata”

Dizem as lendas que no meio dos animais protegidos por Caaporã apareceu mais um casal de animais.

A primeira mulher, Amaú (Sypave) e, o primeiro homem, Poronominare (Rupave).



Primeiros humanos

Os humanos originais criados por Tupã eram Rupave e Sypave, nomes que significam “Pai dos povos” e “Mãe dos povos”, respectivamente. O par teve três filhos e um grande número de filhas. O primeiro dos filhos foi Tumé Arandú, considerado o mais sábio dos homens e o grande profeta do povo Guarani. O segundo filho foi Marangatu, um líder generoso e benevolente do seu povo, e pai de Kerana, a mãe dos sete monstros legendários do mito Guarani (veja abaixo).

Seu terceiro filho foi Japeusá, que foi, desde o nascimento, considerado um mentiroso, ladrão e trapaceiro, sempre fazendo tudo ao contrário para confundir as pessoas e tirar vantagem delas. Ele eventualmente cometeu suicídio, afogando-se, mas foi ressuscitado como um caranguejo, e desde então todos os caranguejos foram amaldiçoados para andar para trás como Japeusá.

Entre as filhas de Rupave e Sypave estava Porâsý, notável por sacrificar sua própria vida para livrar o mundo de um dos sete monstros legendários, diminuindo seu poder (e portanto o poder do mal como um todo).

Crê-se que vários dos primeiros humanos ascenderam em suas mortes e se tornaram entidades menores.



Os sete monstros legendários

Kerana, a bela filha de Marangatu, foi capturada pela personificação ou espírito mau chamado Tau. Juntos eles tiveram sete filhos, que foram amaldiçoados pela grande deusa Arasy, e todos exceto um nasceram como monstros horríveis. Os sete são considerados figuras primárias na mitologia Guarani, e enquanto vários dos deuses menores ou até os humanos originais são esquecidos na tradição verbal de algumas áreas, estes sete são geralmente mantidos nas lendas. Alguns são acreditados até tempos modernos em áreas rurais. Os sete filhos de Tau e Kerana são, em ordem de nascimento:

1 – Teju Jagua, deus ou espírito das cavernas e frutas
2 – Mboi Tu’i, deus dos cursos de água e criaturas aquáticas
3 – Moñai, deus dos campos abertos. Ele foi derrotado pelo sacrifício de Porâsý
4 – Yacy Yateré, deus da sesta, único dos sete a não aparecer como monstro
5 – Kurupi, deus da sexualidade e fertilidade
6 – Ao Ao, deus dos montes e montanhas
7 – Luison, deus da morte e tudo relacionado a ela

O Mito: A criação da Noite

Nas Aldeias de todo o mundo, nas terras dos índios, era sempre dia. Nunca havia noite, estava sempre claro. Os homens não paravam de caçar, nem as mulheres de limpar, tecer e cozinhar. O sol ia do leste ao oeste e depois refazia o caminho, ia do oeste ao leste, seguindo assim.

Mas teve um dia que o caso mudou. Quando Tupã, aquele que controlava tudo, havia saído para caçar, um homem muito curioso tocou no frágil Sol para saber como funciona. Então o Sol que dava luz e calor havia se apagado, havia quebrado em mil pedacinhos. Então as trevas haviam reinado na aldeia.

Tupã não se conformou com tal atitude do homem, e o transformou em um novo animal, que tinha as mão douradas como o Sol que brilhava. E deu-se o nome àquele bicho de macaquinho-de-mão-d’ouro. Tupã então tratou de refazer o Sol. Mas ele só ia ao oeste e não conseguia voltar. Então criou assim a Lua e as estrelas para iluminarem a noite. E assim ia, o Sol ia até o poente, não voltava, e então vinha a Lua e as estrelas. Acabava a noite e o Sol voltava. mas o sol sempre sorrindo ia e um dia viu a lua orgulhoso do que fez

Enfim os índios Brasileiros adoram o que existe de fato, adoram somente o que é realmente real, os fenômenos naturais, o clima, a natureza, apenas as coisas reais. “A realidade é a única verdade em que podemos acreditar”.

“Tupã-Cinunga” ou “o trovão”, cujo reflexo luminoso é tupãberaba, ou relâmpago cuja voz se faz ouvir nas tempestades sua morada é o Sol.

Tupã representa um ato divino, é o sopro da vida, e o homem a flauta em pé, que ganha a vida com o fluxo que por ele passa.”

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Deusas Brasileiras

Mães d’água, feiticeiras da Lua, guerreiras das matas, as deusas brasileiras protagonizam histórias fascinantes da mitologia indígena.“Algumas foram mulheres de carne osso, outras são espíritos da floresta“, diz Zoe de Camaris, autora do livro “Cy, A Deusa do Brasil” (por sinal um ótimo livro), que traz as mulheres sagradas em diversas culturas indíginas. As deusas brasileiras estão ligadas a natureza e simbolizam sedução, fertilidade e abundância. “Nas tribos, a presença delas é invocada durante fesras e cerimônias de cura”, diz o índio tapuia Kaká Werá Jecupé, coordenador do Instituto Arapoty, um centro de presevação da cultura indígina em são Paulo. Mas as dinvidades também se manifestam espontaneamente. “Para os tupis-guaranis, Nandercy é a mãe suprema. Ela aparece em sonhos, como uma serpente, e ensina os segredos medicinais das plantas”, diz Kaká.

Não é possivél relacionar essass figuras femininas ás santas católias nem ás deusas gregas, já que os índios vivenciam o sagrado de maneira particular (embora há semelhança).“Para eles Deus não está no ceú, mas integrado a todas as coisas. essas deusas são ‘mulheres-natureza’, que convivem com oser humano, assim como as plantas e os animais.” diz Zoe. Para invocar a influência de uma dessas deusas, basta entrar no reino delas – natureza -, como ensina Kaká: ‘Diante de um pôr-do-sol, de um cachoeira, você pode fazer um pedido, de coração puro”. Também vale fazer uma oferenda ou ter por perto um elemento ou amuleto ligado à dinvidade em questão. Logo abaixo vou citar algumas dessas deusas brasileiras ou seres venerados como tal, lá vai:

A Feiticeira da Lua
Mara, Mulher da Magia, Desperta o poder de persuasão e a capacidade de alterar o rumo dos acontecimentos.
Segundo o folclore, Mara foi uma menina raquítica, criada por um pajé, e adquiriu poderes maiores doque os dele.Ela representa a bruxa nativa, conhecedora de ervas e dos feitiços. Do seu corpo, depois de morta enterrada nasceram plantas venenosas que as feiticeiras indígenas utiliza, até hoje.
Em Trevas: Foi uma feiticeira de Arkanun que acidentalmente veio para na Terra, seria uma das filhas de Cy, foi auxiliada por um xamã indígena, logo todo a aldeia a reverenciava, e depois as aldeias ao redor, logo uma ordem foi criada, a Ordem das Feiticeiras da Lua, que continua ativa até hoje.
Caminhos: Terra e Ar.
Cores: Preto e Branco.
Simbolos: Coruja e Aranha.
Talismã: Uma pena negra usada como brinco ou colar.

A Grande Mãe
Sábia e poderosa, Cy é a mãe suprema. entar em contato com essa deusa é estimular a fmilinidade e a fertilidade.
O nome Cy, do tupi-guarani, significa mãe
. Para os índios, ela é a doadora da vida, criadora de todas as coisas. Seu nome está presente em outas deusas: Ñandercy, a Nossa Mãe; Coaracy, a Mãe do Sol; acy, a Mãe da Lua.
Em Trevas: Juntamente com Tupan, é um entidade de Arkanun, e foi um dos primeiros seres sobrenaturais a pisar no Brasil. É uma deusa de muitas faces, e muito cultuada. Sua ordem, a Ordem da Grande Mãe, possuia muitas adeptas no passado, e embora o panteão indígena tem enfraquecido, nas tribos que ainda mantem a tradição, a crença na deusa e forte.
Caminhos: Terra e Agua.
Cores: Marron e Branco.
Simbolos: Ovo e Tartaruga.
Talismã: Ovo de Cristal.

A Senhora da Fartura
Se um trabalho não dá frutos, é o momento de invocar Mani, doadora do alimento e da fartura, que tem o poder de devolver a abundância.
Certa vez, a filha do um poderoso índio de um povo de língua aruak, do Xingu, foi expulso e sua aldeia por ter engravidado misteriosamente. Por causar da ira do pai, ela deu à luz a uma menina albina, chamada Mani. A menina andou e falou precocemente, também morreu cedo. A mãe chorou por muitos dias sobre a sepultura e passou a regá-la diariamente, segundo o costume indígena. Da cova de Mani brotou uma planta desconhecida, de raízes grossas, que, descascadas, eram brancas como o corpo da pequena nativa. Os índios passaram a cultva essa planta, que batizaram de mandioca – palavra que significa “corpo de mani”.
Em Trevas: O pai de Mani seria uma entidade do Eden, que até agora não se sabe a origem. O fruto dessa união seria a pequena Mani, um ser pacifico mais de imenso poder. Em algumas tribos ela ainda é adorada com algum fervor.

Mães D’Água
Belas e sensuais, as sereias ativam a intuição, a sensibilidade e a sedução.

Yara
Diz a lenda que Yara uma índia muito bonita, mas indiferente aos apelos do sexo oposto. Por isso, foi violentada e atirada no rio. O espírito da aguas a transformou em um ser duplo -metade mulher, metade peixe. Ela é uma sereia de agua doce, de cabelos verdes ou louros, que carrega os moços para o fundo dos rios.
Em Trevas: Na verdade Yara, assim como as outras sereis que existem no Brasil vieram de Árcadia, Yara foi a primeira, a cruzar os portais e vim para essas terras.Além de ser a mais velha, é a mais poderosa das sereis no Brasil.

Cotaluna
Sereia do Rio Grand do Norte, Cotaluna tem o colo branco e farto. No inverno, ela fica feroz e arrasta todos os rapazes que cruzam seu caminho para fundo dos rios, sem se mostrar da cintura para baixo. Os moços nunca retornam. No verão, porém, ela fica calma, voltaa ser mulher como outras e escolhe seu homem com capricho, vivendo com ele uma festa sexual. Depois ele o libera, mas a experiência é tão arrebatadora que o moço volta com saúde abalada. Caso se recupera, naõ se lembra do ocorrido -guarda apenas a lembraça de ter vivido algo delicioso.
Caminhos: Água.
Cores: Azul e branco.
Simbolos: sereia, pedra de rio, vitória-régia.
Talismã: qualquer joia de prata em forma de espiral.

Guerreiras das Matas
Com espíritos de luta, as guerreiras, também chamada de amazonas, regem os processos de transformaçãoe trazem força para vencer desafios.

Kamatapirari
Mulher de chefe de uma tribo mehinaru, do Xingu, Kamatapirari liderou uma revolução feminina em sua tribo. Os homens tinham ido pescar, estavam demorando demais a voltar e as mulheres iam morrer de fome. Um dia, todas resolveram passar no corpo um óleo de casca de madeira e ficaram dançando sem parar, depois foram embora da aldeia. Quando os homens voltaram, era tarde. Sob a chefia de Kamataparari, as mulheres haviam aprendido a usar o arco, e a flecha, a pesca e a caçar. Chegaram a ter a própria aldeia, só de mulheres. ainda hoje, no Xingu, é feito um ritual que lembra a saga dessas guerreiras.





O PANTEÃO 

Fonte: http://magosebruxasdobrasil.blogspot.com.br/

ANGATUPRI – Espírito ou personificação do bem

ANHANGÁ – Deus Infernal

ANHUM – Deus do Canto e da Música, neto de Tupã tocava Taré.

ARACI – Na mais longínqua e remota antiguidade, Itaquê, o mortal, amou a imortal Deusa Lua Jaci. Dessa união, nasceu Araci, que ao morrer, foi elevada aos céus por sua mãe, tornando-se a ninfa das manhãs e da aurora.

BOTO – Deus dos abismos dos mares, que governa os oceanos e habita a sagrada Loca, que é a habitação dos Deuses marinhos no fundo das águas.

COROACY – Deusa Solar ou a Mãe do Dia. Ela representa a primeira visão do Sol matinal.

CURUPIRA – Foi enviado para terra por Tupã para proteger os campos e florestas.

CY – A Mãe de Todos, a encarnação da Terra e de todos os ventres grávidos.

DEUSA ARANHA – Deusa tecelã da vida que trouxe nos fios de sua teia os Caiapós do espaço para habitar a Terra.

GUARACY – Deus Sol.

IAVU-RÊ-CUNHÃ – Duende da Mata dos Kamaiurá.

JACY – Deusa-Lua, a poderosa Mãe da Noite e Senhora dos Deuses. Tem duas formas: Jacy Omunhã (Lua Nova) e Jacy Icaua (Lua Cheia).

JURUTI – A Mãe dos rios.

KATXURÉU – Deusa da Morte dos indígenas.

MARA- Deusa das Trevas.

MULHER ARARA – Deusa Mãe que possui o poder de transformar-se tanto em pássaro como em mulher.

NAIÁ – Fada que habita a flor da planta conhecida por Vitória-Régia.

NETE BEKU – Deusa Mãe que ensinou aos Kaninawás sobre o uso dos vegetais.

NHARÁ – Deus do Inverno.

PÉDLERÉ – Deusa da Morte dos índios krahôs.

PÔLO – Deus do Vento e Mensageiro dos Deuses.

POMBERO – Um espírito popular de travessura

PYTAJOVÁI – Deus da guerra

RUDÁ – Deus do Amor, encarregado da fertilidade e da reprodução.

SETE ESTRELO – O Deus das Plêiades.

SUMÁ – Deusa da Ira, que envolta em uma manta negra de cipó chumbo, vagava pela terra, espalhando ódio e discórdia. Era uma Deusa Guerreira que orientava e protegia a agricultura. Uma lenda bem antiga, afirma ser ela filha legítima de Tupã e Jaci.

TAMBA-TAJÁ – Deus do Amor.

TAU – Deus/Espirito do Mau.

TATAMANHA – Deusa das Labaredas e das faíscas.

TICÊ – Esposa de Anhangá (Deus Infernal).

TIRIRICAS – Deusas da Raiva, do Ódio e da Vingança.

TOLORI – Deus da Tempestade e inimigo das mulheres.

TUPÃ – (que na língua tupi significa trovão) é uma entidade da mitologia tupi-guarani.

Os indígenas rezam a Nhanderuvuçu e seu mensageiro Tupã. Tupã não era exatamente um deus, mas sim uma manifestação de um deus na forma do som do trovão. É importante destacar esta confusão feita pelos jesuítas.Nhanderuete, “o liberador da palavra original”, segundo a tradição mbyá, que é um dialeto da língua guarani, do tronco lingüístico tupi, seria algo mais próximo do que os catequizadores imaginavam.

Câmara Cascudo afirma que Tupã “é um trabalho de adaptação da catequese”. Na verdade o conceito “Tupã” já existia: não como divindade, mas como conotativo para o som do trovão (Tu-pá, Tu-pã ou Tu-pana, golpe/baque estrondante), portanto, não passava de um efeito, cuja causa o índio desconhecia e, por isso mesmo, temia. Osvaldo Orico é da opinião de que os indígenas tinham noção da existência de uma Força, de um Deus superior a todos. Assim ele diz: “A despeito da singela idéia religiosa que os caracterizava, tinha noção de Ente Supremo, cuja voz se fazia ouvir nas tempestades – Tupã-cinunga, ou “o trovão”, cujo reflexo luminoso era Tupãberaba, ou relâmpago. Os índios acreditavam ser o deus da criação, o deus da luz. Sua morada seria o sol

Para os indígenas, antes dos jesuítas os catequizarem, Tupã representava um ato divino, era o sopro, a vida, e o homem a flauta em pé, que ganha a vida com o fluxo que por ele passa.

UALAIMKÍPIA – Deusa-Pássaro da Morte equivalente a Deusa grega Hécate.

UIAPURU – O Deus do amor do mundo alado, o pássaro encantado considerado o orfeu amazônico.

VITÓRIA RÉGIA – Deusa-fada do reino vegetal.

XUNDARUÁ – Deusa Peixe-Boi padroeira da pesca e dos pescadores.

YARA – (também chamada de “Mãe das Águas”), segundo o Mitologia Índigena, é uma lindissima Sereia morena, de longos cabelos negros e olhos castanhos, que costuma banhar-se nos Rios e Cachoeiras, cantando uma Melodia de Beleza irresistível. Os homens que a vêem não conseguem resistir a seus desejos e pulam nas Águas, e ela então os leva para o fundo; quase sempre não voltam vivos. Os que voltam ficam loucos, e apenas uma benzedeira ou algum ritual realizado por um Pajé consegue curá-los. Os Índios têm tanto medo da Iara que procuram evitar os lagos ao entardecer.Iara antes de ser sereia era uma índia guerreira, a melhor de sua tribo. Seus irmãos ficaram com inveja de Iara pois ela só recebia elogios de seu pai que era pajé, e um dia eles resolveram tentar matá-la. De noite quando Iara estava dormindo seus irmãos entraram em sua cabana só que como Iara tinha a audição aguçada os ouviu e teve que matá-los para se defender, e com medo de seu pai fugiu. Seu pai propôs uma busca implacável por Iara. E conseguiram pegá-la, como punição Iara foi jogada bem no encontro do rio Negro e Solimões, os peixes a trouxeram a superfície e de noite a lua cheia a transformou em uma linda sereia, de longos cabelos negros e olhos castanhos.
Era o deus dos peixes. Era , segundo outros, a Sereia ou Mãe d’água, pois Y-Yára quer dizer – a que mora na água. A raça desses monstros marinhos chamavam de Y-Yára-ruoiara.

YANUBÊRI – Avó ancestral indígena muito poderosa.

YEBÁ BELÓ – A Avó do Universo.
“Yebá Beló fez a si mesma a partir de utensílios invisíveis e pensava em como deveria criar o mundo. Ainda não havia luz, Yebá então criou três trovões, do primeiro fez surgir Emeko, um ser invisível, do segundo Emeko criou o Sol e com poder concedido por Yebá Beló criou o homem. Do último trovão Emeko criou os animais. Yebá formou ainda a terra, com sementes do seu seio esquerdo e adubando com leite do seio direito. A criação se dá por completo, quando dois índios, Curu e Rairu, enviados por Tupã, estendem uma corda e puxam pessoas por um buraco na terra, dando início a povoação do mundo”

YUSHÃ KURU – Deusa feiticeira ou curandeira que ensinou os xamãs kaxinawás a curar. Conhecida também como a Fêmea Roxa, deu muitos conselhos e surgiram os remédios. Uns eram venenos para matar: olho forte, Beru Paepa. Mijo amargo, Isü Muka. Outro para coceira, Nui. A velha Fêmea Roxa observava bem as folhas e os pés das árvores: ─ Esse mato não é remédio forte.

E assim foi… Surgiram muitos remédios, todos os remédios que têm na mata. Remédio bom que cura as pessoas. Bom para picada de cobra, picada de escorpião, aranha, reumatismo e fígado.A Fêmea Roxa,
Yushã Kuru, conhecia bem todas as folhas desses remédios.

Depois não ensinava vira mais ninguém. Usava todos esses remédios sempre escondida de todo mundo. Até que um dia, a velha Fêmea começou a ensinar para neto dela, o tubo de sua filha. Ensinava a ele todos os remédios da mata que sabia. Ensinava também como preparar estes remédios. Também ensinava o remédio forte e venenoso para colocar feitiçono outro. E experimentava com ele para saber se ele tinha aprendido tudo que sua avó sabia.
Aprendeu a preparar o veneno para botar feitiço no outro. E, as vezes, com mato venenoso, tirar o espírito da pessoa.Quando a mulher moça ou o homem rapaz crescia bonito, ela botava feitiço. Quando o homem era trabalhador, a mulher fazia artesanato e quando esculhambava com a velha Fêmea Roxa ela também botava feitiço para essas pessoas morrerem.
Na aldeia, o povo nau sabia o que a Fêmea Roxa fazia. Passou muito tempo sem ninguém perceber a situação.

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Série: Mitologia Brasileira – Nhanderuvuçú.

Índios Tupi Guarani.
Nhanderuvuçú (também grafado Nhamandú, Yamandú ou Nhandejara) considerado o deus supremo na mitologia tupi-guarani. Nhanderuvuçú não tem a chamada forma antropomórfica, é a energia que existe, sempre existiu e existirá para sempre, portanto Nhanderuvuçú existe mesmo antes de existir o Universo. Ele não tem uma forma humana, é apenas uma energia que sempre existiu,até mesmo antes do Universo, em meio ao caos. A energia não pode ser criada ou destruída e pode se transformar em outro tipo de energia.
Com a ajuda da Deusa da lua, Araci, Nhanderuvuçú, criou o mundo. Ele vem para a Terra, mais especificamente, para um monte, na região do atual Paraguai. Lá ele cria tudo que existe na face da terra: oceanos, animais, florestas, estrelas etc. No princípio ele destruiu tudo que existia e depois criou a alma, que na língua tupi-guarani diz-se “Anhang” ou “añã” a alma; “gwea” significa velho(a); portanto anhangüera “añã’gwea” significa alma antiga. Os jesuítas durante a catequese dos indígenas brasileiros, interpretaram equivocadamente “Anhangüera” com o significado de “diabo velho” ao invés de “alma antiga”.
 Nhanderuvuçú criou as duas almas e, das duas almas (+) e (-) surgiu “anhandeci” a matéria. Depois ele disse para haver lagos, neblina, cerração e rios. Para proteger tudo isso, ele criou Iara. Depois de Iara, Nhanderuvuçú criou Tupã que é quem controla o clima, o tempo e o vento, Tupã manifesta-se com os raios, trovões, relâmpagos, ventos e tempestades, é Tupã quem empurra as nuvens pelo céu. Os indígenas rezam a Nhanderuvuçu e seu mensageiro Tupã. Tupã não era exatamente um deus, mas sim uma manifestação de um deus na forma do som do trovão. É importante destacar esta confusão feita pelos jesuítas. Nhanderuete, “o liberador da palavra original”, segundo a tradição mbyá, que é um dialeto da língua guarani, do tronco lingüístico tupi, seria algo mais próximo do que os catequizadores imaginavam. Nhanderuvuçú criou também Caaporã o protetor das matas por si só nascidas e protetor dos animais que vivem nas florestas, nos campos, nos rios, nos oceanos, enfim o protetor de todos os seres vivos. Osvaldo Orico, grande escritor brasileiro e diplomata, foi da opinião de que os indígenas tinham noção da existência de uma força, de um Deus superior a todos. Assim ele diz: “A despeito da singela ideia religiosa que os caracterizava, tinha noção de Ente Supremo, cuja voz se fazia ouvir nas tempestades – Tupã-cinunga, ou “o trovão”, cujo reflexo luminoso era Tupãberaba, ou relâmpago. Os índios acreditavam ser o deus da criação, o deus da luz. Sua morada seria o sol. Para os indígenas, antes dos jesuítas os catequizarem, Tupã representava um ato divino, era o sopro, a vida, e o homem a flauta em pé, que ganha a vida com o fluxo que por ele passa.
A primeira mulher criada, Amaú e, o primeiro homem, Poronominare.
A religião “Primitiva do Brasil”, não inclui nenhum personagem antropomórfico (forma humana) em suas crenças, apenas Poronominare e Amaú possuem essa forma mas, não são divinos, são animais também e, portanto pertencem à Caaporã o protetor de toda a natureza viva e isso inclui todos os seres vivos inclusive nós os animais humanos. Dizem: “A realidade é a única verdade em que podemos acreditar”. Outro equívoco dos Jesuítas foi chamar Caaporã de “curupira” que é o mito de um demônio com forma de gente e com os pés ao contrário criado segundo a imaginação no folclore dos colonizadores cristãos no Brasil durante o processo da catequese destes índios.
Nhandevuruçu então criou a humanidade (de acordo com a maioria dos mitos Guaranis, eles foram, naturalmente, a primeira raça criada, com todas as outras civilizações nascidas deles) em uma cerimônia elaborada, formando estátuas de argila do homem e da mulher com uma mistura de vários elementos da natureza. Depois de soprar vida nas formas humanas, deixou-os com os espíritos do bem e do mal e partiu.
Os humanos originais criados eram Rupave e Sypave, nomes que significam “Pai dos povos” e “Mãe dos povos”, respectivamente. O par teve três filhos e um grande número de filhas. O primeiro dos filhos foi Tumé Arandú, considerado o mais sábio dos homens e o grande profeta do povo Guarani. O segundo filho foi Marangatu, um líder generoso e benevolente do seu povo, e pai de Kerana, a mãe dos sete monstros legendários do mito Guarani. Seu terceiro filho foi Japeusá, que foi, desde o nascimento, considerado um mentiroso, ladrão e trapaceiro, sempre fazendo tudo ao contrário para confundir as pessoas e tirar vantagem delas. Ele eventualmente cometeu suicídio, afogando-se, mas foi ressuscitado como um caranguejo, e desde então todos os caranguejos foram amaldiçoados para andar para trás como Japeusá.
Entre as filhas de Rupave e Sypave estava Porâsý, notável por sacrificar sua própria vida para livrar o mundo de um dos sete monstros legendários, diminuindo seu poder (e portanto o poder do mal como um todo). Crê-se que vários dos primeiros humanos ascenderam em suas mortes e se tornaram entidades menores.
Nhanderuvuçú é considerado Deus supremo na religião primitiva dos índios brasileiros que habitavam as terras tupiniquins atualmente chamadas Brasil. Os exploradores portugueses descobriram essas terras em 22 de abril de 1500 e inicialmente as nomearam ilha de Vera Cruz. Depois, verificando que não era possível contornar a tal da ilha, concluiram em se tratar de um imenso território o qual passou a ser chamado Terra de Santa Cruz devido à forte influência religiosa em tudo o que nomeavam em suas viagens exploratórias. Depois, com a exploração e exportação para a Europa, do pau-brasil (madeira avermelhada como brasa) esse grande território passou a ser chamado Brasil.
Brasil este que habitamos e mal sabemos do Panteão Tupi-Guarani. Farei mais postagens sobre os Deuses Brasileiros ao longo desta semana. E para finalizar:
”O ser humano ao contrario dos demais seres vivos desse planeta, prefere andar sobre o concreto que a grama. Vivem em ambientes artificiais. A habilidade animalesca compartilhada de produzir artificialmente um abrigo ou “defesa”, nos assim chamados “humanos”, extrapolou todos os limites geográficos do planeta em que coabitam. É de se admirar a competência, visto por alguns como mero acaso, de se manter viva por um tempo relativamente curto, tendo em vista as escolhas atrozes dos que agora vivem e comandam a agenda mundial. É impensável, pois faz parte da realidade dos que ali moram.’‘ – Autor Desconhecido.

Série: Mitologia Brasileira – Deuses (parte II) e Monstros.

Os sete monstros legendários

Kerana, a bela filha de Marangatu, foi capturada pela personificação ou espírito mau chamado Tau. Juntos eles tiveram sete filhos, que foram amaldiçoados pela grande deusaArasy, e todos exceto um nasceram como monstros horríveis. Os sete são considerados figuras primárias na mitologia Guarani, e enquanto vários dos deuses menores ou até os humanos originais são esquecidos na tradição verbal de algumas áreas, estes sete são geralmente mantidos nas lendas. Alguns são acreditados até tempos modernos em áreas rurais. Os sete filhos de Tau e Kerana são, em ordem de nascimento:
1 – Teju Jagua, deus ou espírito das cavernas e frutas
2 – Mboi Tu’i, deus dos cursos de água e criaturas aquáticas
3 – Moñai, deus dos campos abertos. Ele foi derrotado pelo sacrifício de Porâsý
4 – Yacy Yateré, deus da sesta, único dos sete a não aparecer como monstro
5 – Kurupi, deus da sexualidade e fertilidade
6 – Ao Ao, deus dos montes e montanhas
7 – Luison, deus da morte e tudo relacionado a ela
Outros deuses ou figuras importantes
1 – Angatupri, espírito ou personificação do bem, oposto a Tau
2 – Pytajovái, deus da guerra
3 – Pombero, um espírito popular de travessura
4 – Abaangui, um deus creditado com a criação da lua; pode figurar somente como uma adptação de tribos guaranis remotas
5 – Jurupari, um deus de adoração limitada aos homens, em geral apenas para tribos isoladas no Brasil.
O Mito: A criação da Noite
Nas Aldeias de todo o mundo, nas terras dos índios, era sempre dia. Nunca havia noite, estava sempre claro. Os homens não paravam de caçar, nem as mulheres de limpar, tecer e cozinhar. O sol ia do leste ao oeste e depois refazia o caminho, ia do oeste ao leste, seguindo assim.
Mas teve um dia que o caso mudou. Quando Tupã, aquele que controlava tudo, havia saído para caçar, um homem muito curioso tocou no frágil Sol para saber como funciona. Então o Sol que dava luz e calor havia se apagado, havia quebrado em mil pedacinhos. Então as trevas haviam reinado na aldeia.
Tupã não se conformou com tal atitude do homem, e o transformou em um novo animal, que tinha as mão douradas como o Sol que brilhava. E deu-se o nome àquele bicho de macaquinho-de-mão-d’ouro. Tupã então tratou de refazer o Sol. Mas ele só ia ao oeste e não conseguia voltar. Então criou assim a Lua e as estrelas para iluminarem a noite. E assim ia, o Sol ia até o poente, não voltava, e então vinha a Lua e as estrelas. Acabava a noite e o Sol voltava. mas o sol sempre sorrindo ia e um dia viu a lua orgulhoso do que fez

 

Figuras da Mitologia Ameríndia Tupi-Guarani:
A
Abaangui: é o deus da lua na mitologia guarani. De acordo com a lenda, Abaangui tinha um nariz enorme. Este, foi arrancado pelo próprio deus, lançando-o até o céu, criando dessa forma a lua.
Em outra versão da lenda, Abaangui era irmão de Zaguaguayu e tinha dois filhos. Cada um destes filhos atirou uma flecha até o céu, onde ficou fixada. Em seguida, cada um atirou uma flecha que entrou na primeira e assim procederam até formar duas correntes que iam do céu até a terra. Por estas correntes, subiram os dois filhos de Abaangui até chegarem ao céu onde ficaram, transformando-se no sol e na lua.
Abaçaí: (segundo Teodoro Sampaio, do tupi a’wa-sa’i; “homem que espreita, persegue”) é um gênio maléfico, de proporções gigantescas, que, na mitologia tupi, perseguia os indígenas e os tornava possessos.
Em outra definição, também na mesma mitologia, é um espírito que habita as florestas e convida a dançar, cantar e fazer festa habitava os ermos das florestas e que possuía o indígena que se apartava de seu grupo, deixando-o em transe arrebatado, fora de si. Um espírito que a ótica dos europeus e da evangelização tentou transformar em “gênio maléfico”, desconsiderando a necessidade de evasão tão presente na cultura de todo o mundo.
Andurá: Andurá é uma árvore fantástica que, à noite, se inflama subitamente.ele se enflama devido a o fogo das queimadas em tribos indigenas.
Angra (mitologia): a deusa do fogo na mitologia tupi-guarani.
Anhangá: Anhangüera supostamente “Coisa Ruim”. Ele é o protetor da caça no campo e nas florestas; Anhangá protege todos os animais contra os caçadores e quando a caça conseguia fugir os índios diziam que Anhangá ou Anhangüera as havia protegido e ajudado a escapar.
Para os jesuítas catequizadores, Anhangá era comparado ao demônio da teologia cristã.
Os jesuítas durante a catequese dos indígenas brasileiros, interpretaram equivocadamente “Anhangüera” com o significado de “diabo velho” ao invés de “alma antiga”. Dizem as lendas: No princípio Nhanderuvuçu criou a alma, que na língua tupi-guarani diz-se “Anhang” ou “añã” a alma; “gwea” significa velho(a); portanto anhangüera “añã’gwea” significa alma antiga.
Anhum: É o Deus da música na Mitologia Tupi-Guarani, o Deus melodioso que tocava divinamente o sacro Tare.
Ao Ao: também grafado como Aho Aho, é o nome de uma monstruosa criatura da Mitologia guarani. Um dos filhos de Tau e Kerana, é uma das figuras centrais da mitologia dos povos que falam o idioma Guarani, localizados históricamente no Paraguai, norte da Argentina e sul e oeste do Brasil.
Ao Ao é freqüentemente descrito como sendo uma voraz criatura parecida com um carneiro, com um grande conjunto de presas afiadas. Alternativamente aparece como sendo um grande pecaminoso.
O seu nome é derivado do som que faria ao perseguir suas vitimas. O primeiro Ao Ao teria uma enorme virilidade e por isso é identificado como o principio da fertilidade pelos guaranis. Produziu grande descendência igual a ele, e servem coletivamente como senhores e protetores das colinas e montanhas.
É descrito ainda como sendo canibal devorador de gente. Embora sua descrição física seja claramente inumana, é meio humana por nascimento, então o termo canibal se aplicaria. De acordo com a maioria das versões do mito, quando localiza uma vítima para sua próxima refeição, persegue o infeliz humano por qualquer distância ou em qualquer território, não parando até conseguir sua refeição.
Se a presa tentar escapar subindo em uma árvore, o Ao Ao circundará a mesma, uivando incessantemente e cavando as raízes até a árvore cair. De acordo com o mito, a única árvore segura para escapar seria a palmeira, que conteria algum poder contra o Ao Ao, e se a vitima conseguisse subir em uma, ele desistiria e sairia em busca de outra refeição. O Ao Ao também teria a função de levar as crianças desobedientes para seu irmão, Yacy Yateré.
Aruanã (mitologia): é o deus da alegria e protetor dos carajás na mitologia tupi-guarani.
B
Boitatá : Boitatá é um termo tupi-guarani, o mesmo que Baitatá, Biatatá, Bitatá e Batatão, usado para designar, em todo o Brasil, o fenômeno do fogo-fátuo e deste derivando algumas entidades míticas, um dos primeiros registrados no país
C
Caipora: Caipora é uma entidade da mitologia tupi-guarani. É representada como um pequeno índio de pele escura, ágil, nu, que fuma um cachimbo e gosta de cachaça. Habitante das florestas, reina sobre todos os animais e destrói os caçadores que não cumprem o acordo de caça feito com ele. Seu corpo é todo coberto por pelos. Ele vive montado numa espécie de porco-do-mato e carrega uma vara. Aparentado do Curupira, protege os animais da floresta. Os índios acreditavam que o Caipora temesse a claridade, por isso protegiam-se dele andando com tições acesos durante a noite. No imaginário popular em diferentes regiões do País, a figura do Caipora está intimamente associada à vida da floresta. Ele é o guardião da vida animal. Apronta toda sorte de ciladas para o caçador, sobretudo aquele que abate animais além de suas necessidades. Afugenta as presas, espanca os cães farejadores, e desorienta o caçador simulando os ruídos dos animais da mata. Assobia, estala os galhos e assim dá falsas pistas fazendo com que ele se perca no meio do mato. Mas, de acordo com a crença popular. é sobretudo nas sextas-feiras, nos domingos e dias santos, quando não se deve sair para a caça, que a sua atividade se intensifica. Mas há um meio de driblá-lo. O Caipora aprecia o fumo.
Caupe: É a deusa da beleza na mitologia tupi-guarani, conhecida como a Afrodite-indígena
Chandoré: era um deus tupi-gurani que, segundo a lenda, foi mandado para matar o índio malvado Pirarucu, que desafiou Tupã, mas fracassou, pois Pirarucu se jogou no rio. Como castigo o índio transformou-se no atual peixe.
Curupira : ou Currupira – O Curupira é uma figura do folclore brasileiro. Ele é uma entidade das matas, UM ÍNDIO, um anão de cabelos compridos e vermelhos, cuja característica principal são os pés virados para trás.
É um mito antigo no Brasil, já citado por José de Anchieta, em 1560. Protege a floresta e os animais, espantando os caçadores que não respeitam as leis da natureza, ou seja, que não respeitam o período de procriação e amamentação dos animais e que também caçam além do necessário para a sua sobrevivência e lenhadores que fazem derrubada de árvores de forma predatória.
O Curupira solta assovios agudos para assustar e confundir caçadores e lenhadores, além de criar ilusões, até que os malfeitores se percam ou enlouqueçam, no meio da mata. Seus pés virados para trás servem para despistar os caçadores, que ao irem atrás das pegadas, vão na direção errada. Para que isso não aconteça, caçadores e lenhadores costumam suborná-lo com iguarias deixadas em lugares estratégicos. O Curupira, distraído com tais oferendas, esquece-se de suas artes e deixa de dar suas pistas falsas e chamados enganosos.
Sendo mito difundido no Brasil inteiro, suas características variam bastante. Em algumas versões das histórias, o Curupira possui pêlos vermelhos e dentes verdes. Em outras versões tem enormes orelhas ou é totalmente calvo. Pode ou não portar um machado e em uma versão chega ser feito do casco de jabuti.(imagem abaixo)
G
Guaraci: ou Quaraci (do tupi kwara’sï, “sol”) na mitologia tupi-guarani é a representação ou deidade do Sol, às vezes compreendido como dador da vida e criador de todos os seres vivos, tal qual o sol é importante nos processos biológicos. Também conhecido como Coaraci. É identificado com o deus hindu Brahma e com o egípcio Osíris.
Embora refira-se às entidades e deidades tupis como “deuses”, esta forma é incorreta, visto que não havia de fato esta noção de deus ou deuses entre os tupis e guaranis, mas sim de mitos históricos de cada povo.
I
Iara: Iara ou Uiara (do tupi ‘y-îara “senhora das águas”) ou Mãe-d’água, segundo o folclore brasileiro, é uma sereia. De pele morena clara e cabelos negros, tem olhos verdes e costuma banhar-se nos rios, cantando uma melodia irresistível. Os homens que a vêem não conseguem resistir a seus desejos e pulam nas águas e ela então os leva para o fundo do rio, de onde nunca mais voltam. Os que retornam ficam loucos e apenas uma benzedeira ou algum ritual realizado por um pajé consegue curá-los. Os índios têm tanto medo da Iara que procuram evitar os lagos ao entardecer.(Imagem ao lado)
J
Jaci: (do tupi îasy “lua”), na mitologia Tupi, é a deusa da Lua, protetora dos amantes e da reprodução. É identificada com Vishnu dos hindus e com Ísis dos egípcios.
K
Kurupi: é um deus mitológico guarani, filho de Tau e Kerana. “Curupira”, “taiutú-perê”, são sinônimos para este homúnculo que habita as florestas verdes e que, em noites de lua cheia atormenta a vida dos índios e animais. Se alimenta de crianças e filhotes recém-nascidos e é reconhecido por seus gritos e gargalhadas malévolos. Costuma estuprar índios perdidos na floresta, assim como índias virgens, sendo que, se isto ocorrer em noites de lua nova, segundo a crença, será concebido um ser híbrido, pequenino e levado.
L
Luison: Conhecido na região Amazônica, bem como no norte de Mato Grosso, e outros países, como o Peru e Bolívia. O Luison é uma criatura da mitologia guarani, detentora do poder sobre a morte. Acredita-se que seja semelhante a um macaco de olhos vermelhos, com barbatanas de peixe e um enorme falo (de anta). Seu nome é derivado do nome de outra criatura mitológica, o lobisomem.
M
Mahyra: é um nome da mitologia indígena tupi-guarani, do grupo conhecido como Suruí. Seria o herói mítico, pai dos gêmeos Korahi e Sahi (o sol e a lua). São estes gêmeos que completam o trabalho de separação da natureza e da cultura, iniciados por Mahyra, o herói civilizador, por excelência, pois foi ele quem roubou o fogo ao urubu e o deu aos homens.
Mairata: O mairata é um dos um dos gênios cultuados pelos tupis.
Mapinguari: (ou Mapinguary) seria uma criatura coberta de um longo pêlo vermelho vivendo na Floresta Amazônica. Segundo povos nativos, quando ele percebe a presença humana, fica de pé e alcança facilmente dois metros de altura. Seus pés seriam virados ao contrário, suas mãos possuiriam longas garras e a criatura evitaria a água, tendo uma pele semelhante a de um jacaré.
Monã: O Deus supremo dos índios das nações falantes de idiomas da família Tupi-Guarani é conhecido como Monã, que é o criador do mundo, do céu e da terra, dos seres vivos, ou seja, de tudo que existe. A crença em Deus é semelhante à crença cristã, portanto Monã é um Deus semelhante ao cristão, com todos os seus poderes.
A representação de Monã é como algo infinito. Para os índios das nações falantes das línguas tupi-guaranis não há noção de paraíso, nem céu, nem inferno como nas crenças cristãs e sim a “terra sem males” ou Ybymarã-e’yma, local para onde todos irâo e que eles perseguem como uma espécie de paraíso.
N
Nhanderuvuçu: Nhanderuvuçú (Tupã) é considerado Deus supremo na religião primitiva dos índios brasileiros que habitavam as terras tupiniquins atualmente chamadas Brasil.
P
Parajás: Parajás, deusas Tupi-Guarani da honra, do bem e da justiça.
R
Rudá: na mitologia tupi, é o deus do amor, que vive nas nuvens. Sua função é despertar o amor dentro do coração dos homens. É identificado com o deus Shiva dos hindus e com o Hórus egípcio. Também é considerado deus do mar
S
Saci-Pererê : é uma lenda do folclore brasileiro e originou-se entre as tribos indígenas do sul do Brasil. Teve uma transformação com a chegada do negro ao Brasil no qual foi incorporado ao folclore.
O saci possui apenas uma perna, usa um gorro vermelho e sempre está com um cachimbo na boca.
Inicialmente, o saci era retratado como um curumim endiabrado, com duas pernas, cor morena, além de possuir um rabo típico.
Com a influência da mitologia africana, o saci se transformou em um negrinho que perdeu a perna lutando capoeira, além disso, herdou o pito, uma espécie de cachimbo e ganhou da mitologia européia, um gorrinho vermelho.
A principal característica do saci é a travessura, muito brincalhão ele se diverte com os animais e com as pessoas, muito moleque ele acaba causando transtornos como: fazer o feijão queimar, esconder objetos, jogar os dedais das costureiras em buracos e etc.
Segundo a lenda, o Saci está nos redemoinhos de vento e pode ser capturado jogando uma peneira sobre os redemoinhos.
Após a captura, deve-se retirar o capuz da criatura para garantir sua obediência e prendê-lo em uma garrafa.
Diz também a lenda, que os Sacis nascem em brotos de bambus, nestes eles vivem sete anos e após esse tempo, vivem mais setenta e sete para atentar a vida dos humanos e animais, depois morrem e viram um cogumelo venenoso ou uma orelha de pau.
Sumé: Zumé, Pay Sumé, Pay Tumé… é o nome de uma antiga entidade da mitologia dos povos Tupis, Guaranis. Sua descrição variava de tribo para tribo. Teria estado entre os índios antes da chegada dos portugueses e que lhes havia transmitido uma série de conhecimentos. Além disso, seria o responsável pela introdução de alguns elementos básicos da alimentação indígena como a mandioca, o mate e a batata doce.
Os colonizadores católicos criaram o mito de que caracterizaria-se pela figura de um homem branco e barbado, que seria São Tomé. Os padres jesuítas associam esta figura ao apóstolo que é bastante conhecido por suas pregações ao redor do mundo, tendo visitado Ásia e América propagando a “boa nova”. O apóstolo teria atingido as Índias Ocidentais seguindo a velha rota do cedro além – mar, praticada pelos cartaginenses (descendentes dos fenícios).
T
Teju Jagua: é conhecido como deus das cavernas, grutas e lagos na mitologia guarani.Ele tinha um corpo de lagarto e sete cabeças de cachorro , diziam que tinha o corpo muito grande , e por isso andava se arrastando como um lagarto , ele so comia frutas e mel .
Tupã: (que na língua tupi significa trovão) é uma entidade da mitologia tupi-guarani.
Os indígenas rezam a Nhanderuvuçu e seu mensageiro Tupã. Tupã não era exatamente um deus, mas sim uma manifestação de um deus na forma do som do trovão. É importante destacar esta confusão feita pelos jesuítas. Nhanderuete, “o liberador da palavra original”, segundo a tradição mbyá, que é um dialeto da língua guarani, do tronco lingüístico tupi, seria algo mais próximo do que os catequizadores imaginavam.
Câmara Cascudo afirma que Tupã “é um trabalho de adaptação da catequese”. Na verdade o conceito “Tupã” já existia: não como divindade, mas como conotativo para o som do trovão (Tu-pá, Tu-pã ou Tu-pana, golpe/baque estrondante), portanto, não passava de um efeito, cuja causa o índio desconhecia e, por isso mesmo, temia. Osvaldo Orico é da opinião de que os indígenas tinham noção da existência de uma Força, de um Deus superior a todos. Assim ele diz: “A despeito da singela idéia religiosa que os caracterizava, tinha noção de Ente Supremo, cuja voz se fazia ouvir nas tempestades – Tupã-cinunga, ou “o trovão”, cujo reflexo luminoso era Tupãberaba, ou relâmpago. Os índios acreditavam ser o deus da criação, o deus da luz. Sua morada seria o sol.
Para os indígenas, antes dos jesuítas os catequizarem, Tupã representava um ato divino, era o sopro, a vida, e o homem a flauta em pé, que ganha a vida com o fluxo que por ele passa.
Tucupi:  é um molho de cor amarela extraído da raiz da mandioca brava, que é descascada, ralada e espremida (tradicionalmente usando-se um tipiti). Depois de extraído, o molho “descansa” para que o amido (goma) se separe do líqüido (tucupi). Inicialmente venenoso devido à presença do ácido cianídrico, o líqüido é cozido (processo que elimina o veneno), por horas, podendo, então, ser usado como molho na culinária.
Lenda: Reza a lenda que Jacy (Lua) e Iassytatassú (Estrela d’alva), combinaram visitar o centro da Terra. Quando foram atravessar o abismo, Caninana Tyiiba mordeu a face de Jacy. Jacy derramou suas lágrimas sobre uma plantação de mandioca. Depois disso o rosto de Jacy ficou marcado para sempre pelas mordidas de Caninana. À partir das lágrimas de Jacy, surgiu o tycupy (tucupi).
Y
Yacy Yateré: Jaci Jaterê (também grafado como Jasy Jatere em Guarani e Yacy Yateré em espanhol) é o nome de uma importante figura da Mitologia guarani. Um dos sete filhos de Tau e Kerana, as lendas de Yacy Yateré são das mais importantes da cultura das populações que falam o idioma Guarani, na América do Sul.
Com um nome que significa literalmente pedaço da Lua, é único dentre os seus irmãos a não possuir uma aparência monstruosa. Usualmente é descrito como um homem de pequena estatura, ou talvez uma criança, aloirado e as vezes com olhos azuis. Tem uma aparência distinta, algumas vezes descrita como bela ou encantadora, e carrega um bastão ou cajado mágico. Como a maioria de seus irmãos, habita na mata, sendo considerado o protetor da erva-mate. Algumas vezes é visto como protetor dos tesouros escondidos.
Jaci Jaterê também é considerado o senhor da sesta, o tradicional descanso ao meio do dia das culturas latino-americanas. De acordo com uma das versões do mito, ele deixa a floresta e percorre as vilas procurando por crianças que nao descansam durante a sesta. Embora seja naturalmente invisível, ele se mostra a essas crianças e aquelas que veem seu cajado caem em transe ou ficam catalépticas. Algumas versões dizem que essas crianças são levadas para um local secreto da floresta, onde brincam ate o fim da sesta, quando recebem um beijo mágico que as devolve a suas camas, sem memória da experiência.
Outras são menos claras, onde as crianças são transformadas em feras ou entregues ao seu irmão Ao Ao, uma criatura canibal que se alimenta delas. Muitas lendas Guarani têm muitas versões por serem apenas orais, mas está claro que a intenção é manter as crianças obedientes e sossegadas durante a sesta.
Como já foi dito, o poder de Jaci Jaterê vem de seu bastão mágico, e se alguém for capaz de tirar seu cajado, ele se atira ao chão e chora como uma criança pequena. Neste estado, se alguém perguntar pelos tesouros escondidos, recebe uma recompensa, lenda semelhante ao Leprechaun ou duende europeu.
Acredita-se que o Jaci Jaterê estivesse associado à lenda tupi do Saci Pererê, que por influências africanas e européias acabou por se distanciar das características originais.
Yvy marã ey: é um mito indígena. Significa “terra sem males” ou “terra sem mal”, em português. Segundo a lenda, neste lugar não haveria guerras, fome nem doença.
Foi um dos principais instrumentos de resistência utilizados pelo povo guarani contra o domínio dos espanhóis e portugueses. Os movimentos pela busca da “terra sem males” era articulado pelos pajés, que se intitulavam Karaís.
Em 1549, sofrendo com a colonização portuguesa, 15.000 índios partiram do litoral, rumos aos Andes, buscando a “terra sem males”. Apenas 300 chegaram à Chachalpoyas, no Peru, onde, ao invés de bonança, foram capturados e presos.

O mito de yvy marã ey sobreviveu entre os guaranis mais aguerridos em suas crenças e sua cultura.

Texto escrito e editado por:
E. Laetittia Braz.
Fonte: Wikipedia
Fonte: Acervo pessoal
Fonte: Anotações pessoais sobre mitologias
Fonte: Blog Mitologias Brasileiras.

radição Indígena Brasileira

Estava mexendo em uns arquivos antigos mo meu computador e achei esse …. Muito legal… Mas não tenho o autor, se alguém souber eu agradeço.

Tradição Indígena Wiccana Brasileira.

AMANA-MANHA – Deusa-Mãe da Chuva e protetora das nascentes. Tem a forma de uma rã e pode-se ouvi-la cantar quando chove. Mora na cabeceira do Rio Negro.

AMAO – Espírito do Rio Negro. Ensinou os indígenas Camanaos o processo de fazer beiju, farinha de mandioca, farinha de tapioca e várias outras coisas.

TXUNÔ – Deusa Caxinauá (Acre) com forma de andorinha. Leva os mortos para junto de seus antepassados.

ANGOERA – Espírito dos Pampas (RS). Tem a forma de uma língua de fogo e vagueia pelos pampas protegendo a vida silvestre.

ANHANGA – Deus da Caça no campo; protege os animais terrestres contra os caçadores que querem abusar da caça, matando desnecessariamente. Pode assumir formas diversas e, por isso, também tem vários nomes: Mira-nhanga = espírito de humano; tatu-anhanga = espírito de tatú; suaçu-anhanga = espírito de veado; tapira-anhanga = espírito de boi. Segundo os mitos tupis, a visão de um anhanga é prenúncio de alguma desgraça para os caçadores; no mínimo, um aviso de que estão exagerando e devem sair da mata. Também protege as plantas, das quais os animais dependem.

ARAÇI – Deusa-Mãe do dia. Tem a forma de uma cigarra. Também chamada de Aramanha ou Daridari.

ARU – Filho de Amana-Manha, também tem a forma de um sapo, que vive em clareiras do mato e em roçados. Em noites de chuva, Aru transforma-se em um rapaz e, pegando uma canoa, vai buscar sua Mãe na cabeceira do Rio Negro para visitar as roças e fazer com que elas prosperem.

BIATATÁ – Deusa do Mar, com forma de uma cobra-de-fogo, aparece sobre a água apenas de noite.

BOITATÁ – Deusa das águas doces, na forma de uma cobra-de-fogo. Vive nas praias de mar e de rio. Protege os campos contra incêndios. Às vezes se transforma num madeiro grosso em brasa (chamado méuan) para atacar aqueles que põem fogo nos campos inutilmente.

BOIÚNA – Deus das Matas (AM), com a forma de uma grande cobra preta, de olhos luminosos. Às vezes assumem a forma de um vapor para vagar sobre as águas dos rios, lagos e igarapés.

CAAMANHA – Deusa-Mãe da Mata. Protetora dos vegetais e animais. Coloca gravetos envenenados na cama ou rede dos lenhadores para que fiquem entorpecidos e sejam comidos pelos animais.

CAAPORA – Espírito da Floresta, também chamado de Caipora ou Curupira. Tem os pés virados para trás para que ninguém possa seguir seu rastro. Mora em troncos de velhas árvores. Protetor da mata e dos animais. Tem cabelos arrepiados e verdes, olhos em brasa e, às vezes, cavalga um caititu (porco-do-mato) agitando um galho de japecanga. Tem o poder de ressuscitar os animais mortos sem sua permissão, apavorando os caçadores.

CAPELOBO – Animal fantástico, com corpo humano, focinho de anta ou de tamanduá e pé em forma de um fundo de garrafa.. Sai à noite para rondar os acampamentos e barracões, com gritos.

CARUANAS – Espíritos das Águas, protetores da saúde dos que o invocam.

CARUARA – Duende amazônico, com forma de bicho-de-pau. Protege seus invocadores contra feitiços, mau-olhado, quebranto e reumatismo… mas também pode causar tudo isso, se aborrecido.

CAVALO DO RIO – Protetor do Rio São Francisco, persegue os pescadores predatórios, afundando suas barcas. Quando anda pelas margens do rio, ninguém o vê mas ouvem seus passos. Em noite de Lua Cheia, reflete sua luz, tornando sua silueta mais visível (porém, só na forma de um vulto).

CEUCI – Deusa-Mãe das Estrelas, mãe virgem de Jurupari.

CHIBAMBA – Espírito das Bananeiras (ES), ronca como um porco e gosta de dançar.

COARACI – Deus-Sol (Tupi, Nheengatu e Guarani), criador de todos os viventes e deuses. É casado com Jaci, sua irmã, a Deusa-Lua.

COROACANGA – Espírito das Palmeiras. Tem a forma de uma bola de fogo azul faiscante.

GANHAMBORA – Espírito das Matas, também conhecido como Pai-do-Mato, com aparência semelhante ao Pã grego. É grande e peludo, com uma barbicha preta, andando sempre acompanhado por um bando de queixadas. Normalmente está enlameado. Sua urina é azul.

GUAJARA – duende dos manguezais (CE). Imita vozes de animais, ruídos de caçador, pescador, colhedor de mel de abelhas, fingindo cortar árvores; às vezes assume a forma de um pato para poder entrar nas casas e fazer suas brincadeiras.

GUNOCÔ – Espírito Guardião das Florestas. Se torna visível uma vez por ano, num bambuzal.

IARA – Senhora das Águas Doces.

IPUPIARA – Deusa das Águas e das Fontes, inimiga dos pescadores, mariscadores e lavadeiras.

JACI – Deusa-Lua, irmã-esposa do Sol. Protetora da vida vegetal, é mãe de todos os frutos. Tem duas formas: Iaci Omunhã (Lua Nova) e Iaci Icaua (Lua Cheia).

JURUPARI – Senhor das Leis, é filho virginal de Ceuci. Não podia ser visto por nenhuma mulher; aquela que o visse, morria.

KERPIMANHA – Deusa-Anciã, Senhora dos Sonhos, que desce do céu, pelo caminho do Arco-Íris (durante o dia) ou pelos raios das estrelas (durante a noite) e entra no coração das pessoas enquanto dormem e só sai de lá depois que elas acordam. Assim, quando uma pessoa acorda, encontra em seu coração o recado de Tupana, que a Velha deixou.

KILAINO – Duende dos bacaeris, variante do Caipora.

MANI – Espírito da Mandioca. Às vezes assume a forma de uma menina e passeia pelas plantações. O termo mandioca significa Casa (oca) de Mani (man).

MAPINGUARI – Gênio em forma de homem, mas todo cabeludo. Seus grandes pêlos o tornam invulnerável à bala, exceto na região do umbigo.

MARAJIGOANA – Espírito da Morte, aparece à pessoa anunciando sua morte.

MBAECÁIA – Espírito dos Caminhos, guia os viajantes que levam boas notícias. Também conhecido como Macaxera.

MBOIA-AÇU – Espírito do Rio Solimões (AM), tem a forma de uma cobra gigante com olhos de fogo.

MBUÁ – Deus da Caça, protetor dos filhotes e das fêmeas. Antes de começar uma caçada, deve-se oferecer um beiju para Mbuá em troca do animal.

MOTUCU – Espírito da Floresta, variante do Curupira.

NIBETAD – Herói mitológico que vive nas Plêiades. Um dia desceu e casou-se com uma mulher da tribo dos Cadiuéu; dessa união nasceram dois filhos: Gawé-txéheg e Nõmileka, grandes pajés.

PORONOMINARE – Herói mitológico da Bacia do Rio Negro. O primeiro humano criado, fundador das civilizações.

RUDÁ – Deus do Amor (Tupi), encarregado de promover a reprodução de todos os seres vivos. Tem a aparência de um guerreiro e vive nas nuvens, com duas ajudantes: Cairé (a Lua Cheia) e Catiti (a Lua Nova). Essas duas tinham a missão de despertar saudades nos amantes ausentes.

TATÁ-MANHA – Deusa do Fogo

TUPÃ – Também chamado de TUPANA, é o Deus dos Raios e Trovões, mas às vezes também é conhecido como Mãe do Trovão.

UAUIARÁ – Deus das Águas (AM), protetor dos peixes. Tem a forma de um boto e, às vezes, se transforma num lindo rapaz, no início das noites de Lua Cheia, para seduzir as moças ribeirinhas. Tem que voltar para a água antes do nascer do sol. Também pode assumir a forma de uma bela mulher, com os cabelos até os joelhos, para atrair os rapazes. Às vezes assume a forma de um cão robusto. Seu nome significa “o que chega de repente”.

URUTAU – Deusa-Lua, às vezes assume a forma de uma ave noturna, cujo canto melancólico e estranho, lembra uma gargalhada de dor.

XUNDARAUA – Espírito protetor do Peixe-Boi. Mata aqueles que pescam mais de um peixe-boi.

ALAMOA – duende feminino da Ilha de Fernando de Noronha. Mora no Pico (elevação rochosa quase inacessível) e vaga pelas suas redondezas, observando tudo que acontece na ilha. Segundo o mito, às sextas-feiras a pedra do Pico se fende e ela aparece na forma de uma forte luz ou um fogo-fátuo. Protetora da vida silvestre, ela aparece para os pescadores exagerados e os caçadores por esporte na forma de uma mulher linda e nua, mas quando eles se aproximam, transforma-se em um esqueleto, enlouquecendo-os. É de crença popular brasileira, mas vindo de origens euro-africanas.

…….

  • Yorixiriamori é deus dos cantos que atraia as mulheres com sua voz e causava inveja nos homens, por isso vários tentaram matá-lo, mas ele transformou-se em um pássaro e fugiu. Sua árvore mágica desapareceu após a fuga.
  • Abaçaí é o espírito que persegue os índios, apossando de seus corpos antes da guerra para prepará-los. Também é um deus convidativo que chama os tupis para dançar na floresta e os causa transe.
  • Catú é deus regente do outono.
  • Mutin é deus regente da primavera.
  • Peurê é deus regente do verão.
  • Nhará é deus regente do inverno.
  • Anhum é o deus da música que vivia constantemente tocando seu instrumento sagrado, sacro Taré.
  • Xandoré é deus do ódio, lançava raios, trovões e relâmpagos. Segundo a lenda Xandoré é o deus que foi desafiado a matar Piracurú, um ser maligno que desafiou Tupã. No entanto Piracurú se jogou no rio antes de ser morto por Xandoré e foi amaldiçoado se tornando um peixe.
  • Guaraci assemelha-se ao Rá egípcio. É a deidade representante do Sol.
  • Graçaí é a deusa da eloquência.
  • Iara é a deusa mãe das águas, sendo representada como uma sereia de pele parda, longos cabelos verdes e olhos castanhos.
  • Jaci é a deusa lunar dos amantes e da reprodução, rainha da noite e dos homens. Foi esposa de Tupã.
  • Anhangá é deus das trevas, deidade suprema dos infernos. É casado com Ticê.
  • Sumé é o antigo deus do conhecimento, ao qual transmitiu a sabedoria do fogo, agricultura e da organização social. A lenda diz que após a chegada dos portugueses ele partiu deixando diversas marcas na Baía de Guanabara. Possuía dois filhos, Tamandaré e Ariconte, os quais teriam provocado o dilúvio universal.
  • Tambatajá é deus do amor e da proteção (contra todos os tipos de perigo).
  • Tupã é a manifestação do deus através do som do trovão. Os indígenas temiam os trovões e não conheciam sua causa, dessa maneira Tupã era um deus principal que representava força, vitalidade, luz e criação. Tupã morava no Sol.
  • Rudá é o deus do amor que mora nas nuvens. Sua função é despertar o amor latente no coração dos homens.
  • Caramuru é o deus dragão, podendo ser tanto bom quanto cruel. Ele presidia as ondas bravas nos oceanos.
  • Polo é deus regente dos ventos, mensageiro de Tupã.
  • Caupé assemelha-se à Afrodite grega. É a deusa da beleza.
  • Caapora é deusa protetora dos animais.
  • Jururá-Açú, segunda a lenda, era uma bela deusa que libertou o deus infernal e graças a isso podia andar livremente entre o inferno. No entanto Tupã descobriu e acabou a castigando, a transformando em uma tartaruga.
  • Tainacam é deusa das estrelas e constelações.
  • Guaipira é a deusa dos acontecimentos e da história.
  • Picê é a deusa da poesia
  • Biaça é deusa da astronomia.
  • Açutí é deusa da escrita e “desenhos”.
  • Arapé é deusa da dança.
  • Piná é deusa da simpatia.
  • Parajás são deusas da honra, do bem e da justiça.
  • Aruanã é deus da alegria e protetor dos Carajás.
  • Guandirô é deus da noite. A lenda conta que ele bebia o sangue dos homens.
  • Tiriricas são deusas do ódio.
  • Pirarucú é deus do mal que mora nas profundezas da água. Casou-se com Iara e dessa união criaram-se vários monstros
  • Boto é o deus dos abismos e mares, sendo facilmente irritado. É muito violento e mostra sua ira agitando os mares a mandando monstros dos abismos marítimos. No entanto ele protegia os viajantes dos mares que iam alegres em suas missões. Mora no fundo do rio Amazonas em seu palácio, Loca.
  • Curupira é o deus protetor das matas.
  • Abeguar é deus dos vôos.
  • Ceuci é a deusa protetora das lavouras e moradias. Possuí um filho (Jurupari) que nasceu do fruto cucura-purumã, árvore que simboliza o bem e o mal.
  • Araci é deusa da aurora e das madrugadas. Criou o Juazeiro.
  • Saci é deus dos negros que vivia sempre alegre.
  • Akuanduba é deus dos índios Araras que toca sua flauta para organizar o mundo.
  • Macunaíma é o deus criador. Seu nome significa “o que trabalha à noite”
  • Wanadi é deus dos iecuanas, ele criou três seres na criação, sendo que os dois primeiros foram defeituosos e geraram os males do mundo. O terceiro foi perfeito e concluiu a criação com bondade.
  • Yebá Bëló é a divindade pertencente ao mito de criação dos dessanas. Ela surgiu do nada, sendo bastante conhecida por isso. Segundo a lenda os seres humanos surgiram das folhas de coca que eram mascadas pela deusa.

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